TEERÃ - O Irã prometeu nesta segunda-feira, 9, dar uma "resposta esmagadora" se os Estados Unidos designarem a força militar de elite do país, a Guarda Revolucionária, como um grupo terrorista.
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A promessa foi feita antes de o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar sua decisão sobre a maneira como quer conter Teerã. O republicano tem até o dia 15 de outubro para retirar ou não a certificação de um acordo internacional histórico de 2015 para conter o programa nuclear iraniano, medida que poderia colocar em risco o acordo.
Também existe a possibilidade de Trump qualificar a força de segurança mais poderosa do Irã, a Guarda Revolucionária, como uma organização terrorista ao divulgar uma estratégia mais abrangente para o regime.
"Estamos esperançosos de que os EUA não cometerão este erro estratégico", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Bahram Qasemi, segundo a agência estatal de notícia Irna. "Se eles o fizerem, a reação do Irã será firme, decisiva e esmagadora e os EUA arcarão com suas consequências", acrescentou.
Indivíduos e entidades associados à Guarda Revolucionária já estão em uma lista de organizações terroristas estrangeiras de Washington, mas não a organização como um todo.
Seu comandante, Mohamed Ali Jafari, disse no domingo que “se estiver correta a notícia sobre a estupidez do governo americano ao considerar a Guarda Revolucionária um grupo terrorista, a Guarda Revolucionária considerará o Exército americano como se fosse o Estado Islâmico em todo o mundo”.
Jafari também disse que sanções adicionais acabariam com as chances de um diálogo futuro com os EUA e que os americanos teriam que colocar suas bases regionais fora dos dois mil quilômetros de alcance dos mísseis da tropa iraniana.
Coreia
O porta-voz da chancelaria também negou acusações americanas segundo as quais o Irã cooperou com a Coreia do Norte.
Em uma entrevista televisionada na noite de sábado, Trump acusou o Irã de “financiar a Coreia do Norte” e de “fazer coisas com a Coreia do Norte que são totalmente impróprias”. Qasemi classificou as acusações de “infundadas”. / REUTERS
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