Islândia: rachaduras gigantes aparecem em ruas devido à atividade vulcânica; veja vídeos

Autoridades locais alertaram sobre uma ‘probabilidade significativa de uma erupção vulcânica’ nos próximos dias; região é onde as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia se separam

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Por Mateus Capucci

As autoridades da Islândia esvaziaram a cidade de Grindavik, alertando que uma erupção vulcânica é iminente. Rachaduras apareceram na terra, serpenteando sob os edifícios, dividindo ruas e espalhando vapor no ar. E embora o magma ainda não tenha borbulhado na superfície, os especialistas dizem que provavelmente acontecerá em breve.

Vídeos publicados nas redes sociais mostram enormes rachaduras emitindo vapor que apareceram em Grindavik, como alerta de erupção vulcânica. A atividade do vulcão ocorre na Península de Reykjanes, cerca de 40 quilômetros a sudoeste de Reykjavik, capital da Islândia. A península é onde as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia se separam, permitindo que o magma borbulhe periodicamente na superfície em uma longa história de erupções.

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O Gabinete Meteorológico da Islândia alertou na segunda-feira sobre uma “probabilidade significativa de uma erupção vulcânica nos próximos dias”. Acredita-se que uma “intrusão de dique”, ou uma fissura de magma que se comprime entre as rochas da crosta terrestre, esteja escavada sob Grindavik. No sábado, o Met Office disse que o magma estava provavelmente a 800 metros da superfície.

Inicialmente, uma série de terremotos - incluindo na semana passada dois de magnitude 5 e 13 de magnitude 4,5 ou superior - concentrou-se cerca de três quilômetros a nordeste de Grindavik, uma cidade de 3.300 habitantes na Península de Reykjanes. Acredita-se que é onde ocorre a ressurgência do magma.

Nas últimas 72 horas, os terremotos migraram lentamente para sudoeste, alertando os cientistas sobre o possível movimento do magma. O solo também subiu cerca de um metro no oeste de Grindavik. A intrusão total de magma é estimada em cerca de 16 quilômetros de comprimento e continua para sudoeste no mar. Cerca de 100 terremotos ainda sacodem a região a cada hora.

No domingo, a polícia permitiu que moradores que deixaram Thorkotlustadahverfi, um subúrbio de Grindavik, voltassem para casa “apenas para recuperar itens vitais, animais de estimação e gado”, segundo o Met Office. As estradas de e para Grindavik permanecem fechadas. A popular fonte termal da Lagoa Azul da Islândia também está fechada até pelo menos 7h de quinta-feira, 16, quando será tomada a decisão de reabrir ou permanecer fechada.

Região tem longo histórico de erupções

A Islândia conhece bem os terremotos e os vulcões. Em 2010, a erupção do Eyjafjallajokull, na costa sul da Islândia, ejetou 330 bilhões de litros de material e expeliu cinzas a 9,1 mil metros de altura. A nuvem de cinzas forçou o encerramento da maior parte do espaço aéreo europeu durante quase uma semana.

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Ao sudoeste, uma ilha inteiramente nova – Surtsey – emergiu do nada depois que uma erupção vulcânica submarina atingiu a superfície do oceano em 14 de novembro de 1963. A erupção continuou até 5 de junho de 1967, quando a ilha tinha 2,7 quilômetros de largura e 155 metros de altura. Desde então, a ação das ondas erodiu grande parte da ilha.

No caso da Península de Reykjanes, o vulcão Fagradalsfjall permaneceu quieto por 6.300 anos até dezembro de 2019. Foi quando uma série de terremotos, incluindo um par de tremores de magnitude 5,6, sacudiu a península. Um terremoto ainda maior de 5,7 ocorreu em 4 de fevereiro de 2021, causando danos. Em 19 de março daquele ano, uma fissura de 600 metros de comprimento se abriu, exalando lava.

A nova formação, denominada Geldingadalsgos, é considerada um possível novo vulcão-escudo – um vulcão amplo com lados suavemente inclinados. Várias outras rachaduras foram abertas em abril de 2021, mas apenas uma permaneceu ativa até maio daquele ano.

Outra erupção de uma fissura separada de Fagradalsfjall ocorreu em 3 de agosto de 2022. Então, no início de julho deste ano, uma nova erupção começou perto de Litli-Hrutur, também parte do vulcão Fagradalsfjall - foi cerca de 10 vezes maior que as duas primeiras erupções., e diminuiu em 5 de agosto.

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