As autoridades israelenses ordenaram nesta sexta-feira, 20, a retirada dos civis residentes da cidade de Kiryat Shemona, localizada a cerca de 10 quilômetros da fronteira com o Líbano, após dias de confrontos com os terroristas do Hezbollah na fronteira com o país.
O ministro da Defesa, Yoav Gallant, aprovou a medida e o comando do exército no norte comunicou esta manhã ao prefeito da cidade, que abriga cerca de 25 mil pessoas.
![](https://www.estadao.com.br/resizer/v2/O7CTXETXQVGQFOJ4UTMQNZHSFA.jpg?quality=80&auth=372c8a645c0be26f878a36b2024c1ac117da64c2f40594fc2fb343cf3aa8d568&width=380 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/O7CTXETXQVGQFOJ4UTMQNZHSFA.jpg?quality=80&auth=372c8a645c0be26f878a36b2024c1ac117da64c2f40594fc2fb343cf3aa8d568&width=768 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/O7CTXETXQVGQFOJ4UTMQNZHSFA.jpg?quality=80&auth=372c8a645c0be26f878a36b2024c1ac117da64c2f40594fc2fb343cf3aa8d568&width=1200 1322w)
“O plano será levado adiante pela autoridade local, pelo ministério do turismo e pelo ministério da defesa”, disseram os militares israelenses em um comunicado.
Na quinta-feira, 19, o Hezbollah reivindicou a responsabilidade pelo lançamento de mísseis antitanque e vários ataques a alvos militares israelenses, enquanto as Brigadas Al Qasam, o braço armado do Hamas, reivindicou a responsabilidade pelo disparo de cerca de 30 foguetes do sul do Líbano em direção a duas cidades de Israel.
O Hezbollah, que possui um enorme arsenal de foguetes de longo alcance, tem trocado tiros com Israel ao longo da fronteira quase que diariamente e deu a entender que poderia se juntar à guerra se Israel tentar aniquilar o Hamas. O Irã, arqui-inimigo de Israel, apoia os dois grupos armados.
Leia também
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu apoio inabalável à segurança de Israel, “hoje e sempre”, acrescentando que o mundo “não pode ignorar a humanidade dos palestinos inocentes” na sitiada Faixa de Gaza.
Em um discurso na noite de quinta-feira no Salão Oval, horas após retornar a Washington de uma visita urgente a Israel, Biden fez uma distinção entre os palestinos comuns e o Hamas. Ele associou a atual guerra em Gaza à invasão russa na Ucrânia, dizendo que o Hamas e o presidente russo Vladimir Putin “querem aniquilar completamente uma democracia vizinha”.
Biden disse que estava enviando uma “solicitação de orçamento urgente” ao Congresso na sexta-feira, para cobrir a ajuda militar de emergência a Israel e à Ucrânia.
Desde segunda-feira, 16, Israel evacuou cerca de 28 das próprias comunidades em um raio de dois quilômetros da fronteira com o Líbano, que está passando por seu maior pico de tensão desde a guerra do exército israelense com o Hezbollah em 2006. Comunidades próximas à Gaza também foram esvaziadas, e os residentes foram colocados em hotéis em outras partes do país em um programa financiado pelo Estado.
![](https://www.estadao.com.br/resizer/v2/WJUJO2F3GVHQVJOAEKC4ZZQZ3Y.jpg?quality=80&auth=60bca6562a9527750da5a32e2a854fc9ddd652f60093c902f3e5d3801b978e49&width=380 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/WJUJO2F3GVHQVJOAEKC4ZZQZ3Y.jpg?quality=80&auth=60bca6562a9527750da5a32e2a854fc9ddd652f60093c902f3e5d3801b978e49&width=768 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/WJUJO2F3GVHQVJOAEKC4ZZQZ3Y.jpg?quality=80&auth=60bca6562a9527750da5a32e2a854fc9ddd652f60093c902f3e5d3801b978e49&width=1200 1322w)
Em resposta aos recentes ataques, Israel avançou sobre alvos do Hezbollah ao longo de toda a fronteira com artilharia pelo ar, bem como infraestrutura e postos de observação do grupo, que no ano passado ganhou uma presença notável sobre a Linha Azul, a linha divisória controlada pela Organização das Nações Unidas (ONU) estabelecida em 2006.
”Além disso, os caças atacaram três terroristas que tentaram lançar mísseis antitanque contra Israel”, confirmou um porta-voz militar israelense nesta manhã sobre o último ataque ao sul do Líbano.
Kiryat Shmona tem estado em tensão desde o ataque lançado pelo Hamas em solo israelense em 7 de outubro, Os últimos 13 dias de escalada na fronteira deixaram pelo menos 30 mortos: cinco em Israel, quatro soldados e um civil, e pelo menos 25 no Líbano, incluindo oito civis, entre eles um cinegrafista da Reuters, 12 membros do Hezbollah e cinco membros dos grupos terroristas,
Avanço israelense
As forças armadas israelenses atacaram Gaza incansavelmente em retaliação ao devastador ataque do Hamas em 7 de outubro. Mesmo depois que Israel ordenou uma evacuação em massa para o sul, os ataques se estenderam por todo o território, aumentando os temores entre os 2,3 milhões de habitantes do território de que nenhum lugar era seguro.
Enquanto isso, os terroristas do Hamas dispararam barragens diárias de foguetes contra Israel a partir de Gaza, e as tensões aumentaram na Cisjordânia ocupada por Israel, onde 13 palestinos, incluindo cinco menores, foram mortos na quinta-feira durante uma batalha com as tropas israelenses, na qual Israel convocou um ataque aéreo, segundo o Ministério da Saúde palestino, que é controlado pelo Hamas.
Em um discurso inflamado para os soldados de infantaria israelenses na fronteira de Gaza, Gallant, o ministro da defesa, pediu que as forças “estivessem prontas” para avançar. Israel reuniu dezenas de milhares de soldados ao longo da fronteira.
”Quem vê Gaza de longe agora, a verá de dentro”, disse ele. “Pode levar uma semana, um mês, dois meses até os destruirmos”, acrescentou, referindo-se ao Hamas.
![](https://www.estadao.com.br/resizer/v2/7UDRFEUVU5D3BCKPCTZG7CBWGI.jpg?quality=80&auth=6cbc60c11ab1ec6a11ee56b9f8f82a015cba0c5a2ddda96f3a7ff9126bada275&width=380 768w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/7UDRFEUVU5D3BCKPCTZG7CBWGI.jpg?quality=80&auth=6cbc60c11ab1ec6a11ee56b9f8f82a015cba0c5a2ddda96f3a7ff9126bada275&width=768 1024w, https://www.estadao.com.br/resizer/v2/7UDRFEUVU5D3BCKPCTZG7CBWGI.jpg?quality=80&auth=6cbc60c11ab1ec6a11ee56b9f8f82a015cba0c5a2ddda96f3a7ff9126bada275&width=1200 1322w)
Com os suprimentos se esgotando devido ao completo cerco israelense, alguns moradores de Gaza estão limitados a uma refeição por dia e bebendo água suja.
Egito e Israel ainda estavam negociando a entrada de combustível para os hospitais. O porta-voz militar israelense, Contra-Almirante, Daniel Hagari, disse que o Hamas roubou combustível das instalações da ONU e Israel quer garantias de que isso não acontecerá.
O Ministério da Saúde de Gaza pediu aos postos de gasolina que fornecessem combustível aos hospitais e uma agência da ONU doou parte de seu último combustível. A única usina de energia de Gaza foi desligada na semana passada, forçando os palestinos a depender de geradores, e nenhum combustível foi enviado desde o início da guerra.
A doação da agência ao Hospital Shifa da Cidade de Gaza, o maior do território, “nos manteria funcionando por mais algumas horas”, disse Abu Selmia, diretor do hospital./EFE, AP e AFP