Israel ataca posições do Hezbollah após foguete vindo do Líbano matar 12 em campo de futebol

‘Hezbollah pagará um preço elevado que não pagou até agora’, disse o gabinete de Binyamin Netanyahu em comunicado

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Por Redação
Atualização:

As Forças de Defesa de Israel (FDI) afirmaram na manhã deste domingo, 28, que realizaram ataques noturnos no Líbano, horas depois de um foguete disparado do país vizinho atingir um campo de futebol em uma cidade no norte de Israel. O foguete matou 12 pessoas e deixou dezenas de feridos.

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Israel culpa a milícia xiita radical libanesa Hezbollah pelo ataque, um grupo apoiado pelo Irã que tem realizado ataques contra Israel em solidariedade ao grupo terrorista Hamas, que enfrenta o Exército israelense na Faixa de Gaza em uma guerra que começou no dia 7 de outubro do ano passado.

O Hezbollah negou ser o responsável pelo ataque. Até agora, a resposta israelense não foi grande, diminuindo receios de que o ataque vindo do Líbano poderia iniciar uma grande guerra no Oriente Médio.

Os militares israelenses apontaram ter como alvo principalmente locais no Líbano que atingiram frequentemente no passado, perto da fronteira com Israel ou ao redor do porto de Tiro, no sul.

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Residentes e autoridades observam o campo de futebol que foi atingido por um foguete do Líbano na cidade de Majdal Shams, no norte de Israel  Foto: Leo Correa/AP

Escalada

Havia expectativas na manhã de domingo de que Israel ainda pudesse dar uma resposta maior, o que poderia levar a um conflito de maior escala na região.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, que viajou para os Estados Unidos nesta semana, deve desembarcar em Israel neste domingo. Durante a noite, o seu gabinete apontou que convocaria uma reunião de ministros do governo imediatamente após a chegada de Netanyahu, com o intuito de discutir qual será a resposta de Israel, sugerindo que a principal retaliação israelense ainda estava por vir.

“O Hezbollah pagará um preço elevado que não pagou até agora”, disse o gabinete de Netanyahu em um comunicado divulgado durante a noite.

Ataque

O ataque com foguetes no sábado atingiu a cidade árabe-israelense de Majdal Shams, nas Colinas de Golã, um território outrora controlado pela Síria e que foi conquistado por Israel durante a guerra dos Seis Dias de 1967.

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Israel anexou o território em 1981, uma medida que não foi reconhecida pela maior parte da comunidade internacional. Décadas mais tarde, o então presidente dos Estados Unidos Donald Trump reconheceu a soberania israelense na região.

Cerca de 20 mil árabes drusos vivem nas Colinas de Golan, inclusive na cidade atingida pelo foguete; alguns ainda se consideram sírios, recusando a cidadania israelense.

Neste domingo, a comunidade drusa da cidade realizou um funeral para dez das 12 crianças mortas no ataque, com a participação de diversos membros do governo israelense e líderes da oposição.

Comunidade drusa de Israel participa do funeral de dez das 12 crianças mortas em um bombardeio aéreo que atingiu um campo de futebol em Majdal Shams  Foto: Leo Correa/AP

Blinken ressalta direito de defesa

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, apontou em uma entrevista coletiva em Tóquio que todos os indícios mostram que o foguete que atingiu a cidade israelense foi do Hezbollah. .

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“Todas as indicações são de que de fato o foguete era do Hezbollah”, diz ele. “Defendemos o direito de Israel de defender os seus cidadãos de ataques terroristas.”

Cessar-fogo em Gaza

Apesar do clima de tensão após o ataque, representantes de Israel, Estados Unidos e Catar estão reunidos neste domingo em Roma para negociar um possível cessar-fogo entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza.

As negociações tiveram algum progresso nas últimas semanas, mas seguem paralisadas por conta de várias questões importantes, como a permanência ou não do Exército israelense em Gaza durante o cessar-fogo e questões de segurança relacionadas à fronteira entre o Egito e Gaza.

A duração da trégua também é fonte de disputa: o Hamas quer uma trégua permanente, enquanto Israel quer a opção de retomar os combates./com NYT

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