Israel concorda em abrir passagem no norte de Gaza para entrada de ajuda humanitária

Anúncio ocorre depois de pressão de Biden a Netanyahu que condicionou o apoio dos EUA à proteção dos civis palestinos; ONU alerta que fome é iminente no norte

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Por Redação

TEL-AVIV - Israel permitirá a entrega temporária de ajuda à Faixa de Gaza através do ponto de passagem de Erez, no norte do território palestino ameaçado pela fome, anunciou o gabinete do primeiro-ministro israelense, Binyamin Netanyahu, nesta quinta-feira, 4.

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O anúncio ocorre depois de um telefonema entre Netanyahu e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que pela primeira vez condicionou o apoio dos Estados Unidos a Israel à proteção dos civis palestinos em Gaza.

O gabinete de guerra autorizou o governo israelense a “tomar medidas imediatas para aumentar a ajuda humanitária à população civil da Faixa de Gaza”, informou o gabinete de Netanyahu. Isto permitirá “evitar uma crise humanitária e é necessário para garantir a continuação dos combates e alcançar os objetivos da guerra”, argumentou.

Israelense de direita corre durante brigas com tropas israelenses perto da passagem de Erez, durante uma manifestação pedindo a construção de assentamentos israelenses em Gaza, em 29 de fevereiro de 2024 Foto: Oren Ziv/AFP

No comunicado, o gabinete do primeiro-ministro explica que será autorizado o acesso de ajuda através do porto israelense Asdod, distante cerca de 35 km por terra de Gaza, e o ponto de passagem de Erez, situado no norte do território palestino. O anúncio, porém, não especificou quantidades ou tipos de itens a serem deixados entrar.

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Desde o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, em 7 de outubro, a ajuda humanitária entra a conta-gotas na Faixa de Gaza e mal chega ao norte do território, devastado pelos combates e ameaçada pela fome iminente, segundo a ONU.

A escassez mais grave ocorre no norte de Gaza, onde o desespero levou as pessoas a aglomerarem-se em caminhões que transportam assistência e onde grupos de ajuda dizem ter tido dificuldades para entregar abastecimentos devido às restrições israelenses.

No final do mês passado, o Tribunal Internacional de Justiça de Haia ordenou a Israel que garantisse a “prestação de ajuda sem entraves” a Gaza, usando uma das suas palavras mais fortes até agora. Israel rejeitou as acusações de que é responsável pelos atrasos na entrega da ajuda.

As autoridades também vão permitir “o aumento da ajuda jordaniana pela passagem de Kerem Shalom”, um posto fronteiriço no extremo sul de Israel.

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Até agora, a maior parte da ajuda humanitária entra em Gaza pela cidade de Rafah, na fronteira com o Egito, no extremo sul do território palestino.

No entanto, transportar comboios de caminhões das fronteiras do sul para o norte é difícil e perigoso, e a rota é por vezes bloqueada por estradas danificadas pelos bombardeamentos israelense, postos de controle ou batalhas entre terroristas do Hamas e tropas israelenses.

A pressão internacional sobre Israel pela grave crise humanitária em Gaza se intensificou após a morte, na segunda-feira, de sete trabalhadores humanitários da ONG americana World Central Kitchen em um ataque israelense.

Depois do telefonema entre Biden e Netanyahu, os Estados Unidos exigiram um aumento drástico da ajuda humanitária a Gaza, com medidas concretas “nas próximas horas e dias”.

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Ainda assim, apesar das suas diferenças, a administração Biden continuou a fornecer a Israel ajuda militar crucial e apoio diplomático para a guerra de seis meses de Israel contra o Hamas.

Apesar de posições cada vez mais enfáticas de Biden, a administração do democrata aprovou uma venda de bombas para Tel-Aviv na terça-feira, 2, o dia que os trabalhadores humanitários foram mortos por um bombardeio israelense no centro do enclave palestino, segundo o jornal The Washington Post.

A transferência foi aprovada pelo Departamento de Estado e inclui mil bombas MK-82, outras mil bombas de pequeno diâmetro e fusíveis para explosivos MK-80. A autorização aconteceu “momentos antes” da notícia dos ataques contra o comboio, disse um porta-voz do Departamento de Estado ao jornal./AFP, AP e NYT

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