O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, decidiu criar uma Comissão para investigar a atuação do Exército e do Governo do Estado judeu durante o conflito do Líbano, informou nesta quarta-feira a pasta. A Comissão será liderada por Amnon Lipkin-Shahak, que foi chefe do Estado-Maior do Exército entre 1995 e 1998, e composta por generais reformados e personalidades do mundo econômico. Deputados e a imprensa de Israel pediram que sejam investigados supostos erros na preparação do Exército e dos serviços para os civis do norte do país, região que sofreu ataques da milícia xiita libanesa Hezbollah, e possíveis falhas na condução militar e política da crise. Duas pesquisas publicadas hoje revelam uma forte insatisfação popular que se reflete em uma queda do apoio a Peretz e ao primeiro-ministro Ehud Olmert. A sondagem publicada pelo jornal "Yedioth Ahronoth" aponta que o apoio ao premier caiu de 78% para 40%, enquanto a popularidade de Peretz diminuiu de 61% para 28%. De acordo com a segunda pesquisa, realizada pelo instituto Dahaf para o jornal "Maariv", 57% dos entrevistados querem a renúncia de Peretz ao cargo de ministro da Defesa. Antes de Peretz tomar a decisão de criar a Comissão, o atual chefe do Estado-Maior, Dan Halutz, comparecera ao Comitê de Exteriores e de Defesa do Knesset (Parlamento) para responder às perguntas dos deputados sobre a condução dos 34 dias de confronto com o Hezbollah. Halutz reconheceu que há "questões fundamentais que devem ser investigadas (...) e fazer correções". O chefe do Estado-maior, entretanto, disse que não deve haver pressa para isso. "Não descarto que a situação possa esquentar outra vez, e nós, como Exército, temos que estar preparados".
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