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Israel discute libertação de prisioneiros palestinos de ‘alto perfil’ em troca de reféns do Hamas

Mudança na estratégia de negociação de Israel, que não foi anunciada publicamente, pode levar aacordo que inclua trégua nos combates

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Por Redação

Negociadores israelenses sinalizaram que Israel pode concordar com a libertação de um grupo de prisioneiros palestinos que estejam cumprindo longas penas de prisão em troca da liberdade de reféns israelenses que estão na Faixa de Gaza, segundo informações do jornal The New York Times.

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A mudança na estratégia de negociação de Israel, que não foi anunciada publicamente, é significativa porque poderia ajudar a persuadir o grupo terrorista Hamas a libertar os reféns israelenses capturados em outubro e a concordar com um acordo que poderia interromper os combates no enclave palestino.

A guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas começou no dia 7 de outubro, quando terroristas do Hamas invadiram o território israelense, mataram 1.200 pessoas e sequestraram 240. O Exército israelense invadiu a Faixa de Gaza após os ataques, numa incursão que deixou mais de 29 mil palestinos mortos, segundo dados do ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas.

Familiares dos reféns israelenses detidos desde os ataques de 7 de Outubro reuniram-se no sábado em Tel Aviv para pedir o seu regresso. Foto: Jack Guez/AFP

Esforços

Os esforços internacionais para alcançar uma trégua foram paralisados devido à recusa de Israel em libertar os palestinos condenados por homicídio e em comprometer-se com um cessar-fogo permanente, duas das medidas que o Hamas deseja para aceitar um acordo.

Agora, os negociadores israelenses concordaram em privado com uma proposta dos EUA que prevê a libertação de cinco soldadas mulheres israelenses por 15 palestinos condenados por terrorismo, segundo dois responsáveis com conhecimento dos esforços de mediação em curso. As autoridades falaram sob condição de anonimato devido à delicadeza das discussões, que ocorreram durante uma reunião com autoridades do Egito, Catar e Estados Unidos em Paris na semana passada.

A ideia é vista como base para negociações com o Hamas, que não respondeu à proposta. O governo israelense já tinha evitado tal concessão, em parte porque a libertação de palestinos condenados por grandes atos de terrorismo, mesmo em troca de reféns israelenses, atrairia críticas internas significativas.

Questionado sobre a posição dos negociadores, o gabinete de Binyamin Netanyahu, o primeiro-ministro de Israel, recusou-se a comentar.

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Israelenses bloqueiam avenida em Tel-Aviv para protestarem por um acordo que liberte os reféns que estão na Faixa de Gaza  Foto: Abir Sultan/EFE

Outros elementos de um possível acordo – incluindo a duração de um cessar-fogo e a exigência do Hamas de uma retirada completa das forças militares israelenses de Gaza – ainda estão em discussão.

Ainda assim, a ideia poderá dar impulso às conversas, uma vez que as autoridades correm para concluir um acordo antes do início do mês sagrado muçulmano de Ramadã, que começa em duas semanas. Uma delegação israelense deve desembarcar no Catar até segunda-feira, 4, para continuar as conversas.

De acordo com um dos oficiais ouvidos pelo The New York Times, os agentes dos serviços secretos israelenses acreditam que o chefe do Hamas em Gaza, Yahya Sinwar, tornou-se mais receptivo nas últimas semanas a um acordo que, em teoria, permitiria apenas uma trégua temporária - esperando que se tornasse permanente.

A ideia faz parte de uma proposta mais ampla dos EUA que permitiria a libertação de 40 dos cerca de 100 reféns israelenses que estão no enclave palestino. O acordo incluiria cinco soldadas israelenses e civis, com prioridade para doentes. feridos ou idosos. O acordo não inclui soldados israelenses homens, que seriam soltos em uma negociação separada.

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Sete dos 35 prisioneiros civis que seriam libertados são mulheres que, segundo Israel, deveriam ter sido libertadas durante a última trégua em novembro. Para a libertação dessas sete mulheres, Israel propôs a libertação de 21 palestinos detidos, a mesma proporção de três para um que foi feita no último acordo.

Seis palestinos presos seriam libertados por cada homem civil com 50 anos ou mais e 12 palestinos seriam libertados pela soltura de cada homem doente ou ferido. Para cada uma das cinco mulheres soldadas israelenses em cativeiro, Israel libertaria três prisioneiros considerados “importantes”, além de outros 15 palestinos detidos./ com NYT

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