Israel diz que manterá cerco até Hamas libertar reféns, mesmo com Gaza ‘à beira do colapso’

Hamas, grupo terrorista palestino que controla Gaza, tomou mais de 100 reféns de Israel pela fronteira no fim de semana

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Por Redação
Atualização:

Gaza não receberá combustível, água ou eletricidade até que os reféns sejam libertados, escreveu em sua conta no Twitter Israel Katz, ministro da Energia israelense, nesta quinta-feira, 12.

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“Ajuda humanitária para Gaza? Nenhum interruptor elétrico será ligado, nenhum hidrante de água será aberto e nenhum caminhão de combustível entrará até que os reféns israelenses sejam devolvidos para suas casas. Humanitário por humanitário. E ninguém deve nos pregar moral”, escreveu o ministro de Energia, Israel Katz, no X, antigo Twitter.

O Hamas, o grupo terrorista palestino que controla Gaza, tomou mais de 100 reféns de Israel pela fronteira no fim de semana e o destino deles ainda não está claro.

Um membro da segurança israelense passa por corpos cobertos de vítimas israelenses após ataque do grupo terrorista Hamas no fim de semana. Kibutz Beeri, perto da fronteira com Gaza, em 11 de outubro de 2023. Foto: ACK GUEZ/AFP

A Faixa de Gaza, densamente povoada, depende de Israel para a maior parte de sua eletricidade e outros serviços básicos. A interrupção do fornecimento de gás e energia ao território pode deixar muitos residentes sem água potável, saneamento adequado e assistência médica.

As autoridades palestinas disseram na quarta-feira que a única usina de energia de Gaza parou de funcionar depois de ficar sem combustível.

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Gaza, onde vivem mais de 2 milhões de pessoas, está em vias de colapso. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha, organização humanitária que atende atingidos pelo conflito na região, afirmou, também nesta quinta, que ainda há combustível no território, mas apenas por mais algumas horas.

“À medida que Gaza perde energia, os hospitais perdem energia, colocando recém-nascidos em incubadoras e pacientes idosos em risco. A diálise renal é interrompida e os raios-X não podem ser feitos. Sem eletricidade, os hospitais correm o risco de se transformar em necrotérios”, afirmou Fabrizio Carboni, diretor regional da entidade para o Oriente Médio. “A miséria humana causada por essa escalada é abominável. Imploro às partes que reduzam o sofrimento dos civis.”

Prédios destruídos na Faixa de Gaza após ataque aéreo de Israel em 12 de outubro.  Foto: Said Khatib/AFP

A organização está em contato com ambos os lados do conflito para tentar negociar a liberação de reféns.

As vítimas foram sequestradas no sábado, quando cerca de mil terroristas do Hamas invadiram, por ar e terra, ao menos 14 localidades no sul de Israel e mataram dezenas de civis e soldados. Milhares de foguetes foram disparados contra o território israelense no pior ataque sofrido pelo país em 50 anos.

Ao menos dois brasileiros estão entre os 260 mortos em uma rave que acontecia a poucos quilômetros de Gaza. Na vila de Kfar Azza, soldados descreveram uma cena de massacre que vitimou dezenas de israelenses, incluindo, idosos, bebês e crianças.

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A ofensiva foi lançada durante o feriado judaico de Simchat Torah e um dia depois do 50º aniversário da Guerra do Yom Kippur, entre Israel e países árabes. A ação pegou as Forças Armadas de Israel de surpresa, indicando uma possível falha dos serviços de inteligência do país.

Após a invasão, Israel impôs um bloqueio total ao estreito território, um dos mais densamente povoados do mundo, e cortou os serviços de água, eletricidade e gás. A potência militar lançou ainda a campanha de bombardeio mais poderosa da história de 75 anos do conflito israelense-palestino, destruindo bairros inteiros.

Nesta quinta, o Hamas disse que disparou foguetes na direção de Tel Aviv em retaliação aos bombardeios israelenses em dois campos de refugiados na Faixa de Gaza. No de Al Shati, moradores peneiravam os escombros com as mãos em busca de corpos.

Os trabalhadores do resgate dizem que faltam combustível e equipamentos para retirar sobreviventes dos prédios destruídos por bombardeios. Do outro lado da fronteira, em Ashkelon, sul de Israel, trabalhadores varriam os destroços de carros e prédios danificados por novos ataques de foguetes vindos de Gaza.

Já no hospital de Khan Younis, a principal cidade no sul da Faixa de Gaza, uma menina chorava pedindo por sua mãe. “Não sabemos onde ela está”, disse à agência de notícias Reuters a mulher que tentava acalmar a garota, ferida com hematomas e cortes no rosto por um ataque aéreo. / W.POST, AP e AFP

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