O Exército de Israel confirmou em um comunicado na tarde desta quinta-feira, 17, a morte do líder do Hamas, Yahya Sinwar. As Forças de Defesa de Israel (FDI) já haviam apontado durante a manhã que estavam investigando se soldados israelenses haviam matado Sinwar em um confronto na quarta-feira, 16, no sul da Faixa de Gaza.
A notícia da morte de Sinwar já havia sido confirmada pelo Canal 12, de Israel, e também pelo jornal americano The Washington Post, que apontou que Tel-Aviv confirmou a morte do terrorista do Hamas após os resultados dos primeiros testes de DNA. O Hamas não confirmou imediatamente a sua morte.
O presidente de Israel, Isaac Herzog, saudou o Exército israelense após a morte do terrorista do Hamas. “Sinwar, o arquiteto do ataque mortal de 7 de Outubro, foi durante anos responsável por atos hediondos de terrorismo contra civis israelenses, cidadãos de outros países, e pelo assassinato de milhares de pessoas inocentes.”
Comunicado israelense
Na manhã desta quinta-feira, o Exército de Israel emitiu um comunicado em que comunicou o público da possibilidade de ter matado Sinwar. Tel-Aviv afirmou que três terroristas do Hamas foram mortos no confronto e que não havia sinais de reféns israelenses nas proximidades.
O corpo do terrorista também tinha muitas semelhanças físicas com o de Sinwar.
Operação israelense
A operação militar israelense em Gaza que matou Sinwar começou após um ataque aéreo israelense, que matou pelo menos 15 pessoas em uma escola, segundo o ministério da Saúde de Gaza.
Fares Abu Hamza, chefe da unidade de emergência local do Ministério da Saúde de Gaza, confirmou o número de vítimas do ataque e disse que dezenas de pessoas ficaram feridas. Segundo o oficial, o Hospital Kamal Adwan, nas proximidades, estava lutando para tratar as vítimas. ”Muitas mulheres e crianças estão em estado crítico”, disse ele.
Israel mantem uma forte ofensiva contra o Hamas na Faixa de Gaza, com ataques aéreos em diversas partes do enclave. Após o bombardeio, Israel afirmou que o alvo era um centro de comando administrado pelo Hamas e pela Jihad Islâmica dentro da escola.
Sinwar foi um dos principais arquitetos do ataque terrorista do Hamas a Israel no dia 7 de outubro de 2023, que deixou 1,2 mil mortos e 250 sequestrados. Israel prometeu matá-lo desde o início da guerra contra o grupo terrorista Hamas. O palestino é a principal figura do Hamas, principalmente após a morte do chefe do escritório político do grupo, Ismail Haniyeh, após um ataque israelense em Teerã, no mês de julho.
Canal israelense revela detalhes
Segundo o canal israelense 12, os soldados do Exército não sabiam que Sinwar estava na região.
As tropas israelenses avistaram vários terroristas entrando em um prédio e foi ordenado um ataque contra ele, que derrubou a estrutura. Somente depois que os soldados israelenses chegaram para inspecionar os danos é que perceberam que um dos terroristas mortos se parecia muito com Sinwar.
Busca por Sinwar
No final de Janeiro, autoridades israelenses e americanas acreditavam que estavam prestes a capturar Sinwar quando tropas israelenses invadiram um elaborado complexo de túneis no sul de Gaza, onde pensaram que ele estava escondido, segundo autoridades americanas e israelenses.
Mas Sinwar havia saído do túnel poucos dias antes, deixando para trás documentos e pilhas de shekels israelenses totalizando cerca de US$ 1 milhão.
Em agosto, tropas israelenses que descobriram os corpos de seis reféns num labirinto de túneis sob Rafah, no sul de Gaza, encontraram sinais da presença passada de Sinwar na área, segundo Yoav Gallant, o ministro da Defesa de Israel.
Saiba mais
7 de outubro
Sinwar foi o mentor dos ataques terroristas no dia 7 de outubro do ano passado, que deixaram mais de 1,2 mil mortos no sul de Israel e 250 reféns. Este foi o maio ataque terrorista da história de Israel e o maior contra judeus desde o Holocausto.
Após o início da guerra em Gaza, mais de 42 mil palestinos morreram no enclave e o território ficou em ruínas. A guerra também se tornou mais ampla, com intensos bombardeios aéreos e ofensiva terrestre no sul do Líbano, contra a milícia xiita radical libanesa Hezbollah e trocas de ataques com o Irã e os Houthis, no Iêmen.
Sinwar se escondeu durante toda a guerra, evitando dispositivos eletrônicos e contando com uma rede de mensageiros para manter contato com outros terroristas do Hamas./com AP e NYT
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