Israel diz que vai ‘partir para a ofensiva terrestre’ em Gaza com ataques ‘maiores e mais severos’

Exército israelense controla fronteiras com 100 mil soldados no entorno do enclave; incursão terrestre ameaça ‘meses de sangue’, alerta analista; mortes chegam perto de 2 mil

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Por Redação
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No quarto dia de guerra, o exército de Israel afirma que as fronteiras estão sob controle e que agora vai partir para o ataque ao Hamas, grupo terrorista que controla a Faixa de Gaza e lançou uma agressão sem precedentes no fim de semana. Com 100 mil soldados posicionados no entorno do enclave costeiro, o exército indica que dará início a uma temida ofensiva terrestre com ataques “maiores e mais severos”. Desde sábado mais de mil israelenses e 900 palestinos morreram.

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“O próximo passo é avançar, começar a ofensiva e atacar o grupo terrorista Hamas”, anunciou o general Dan Goldfus, da 98ª Divisão, a infantaria do Exército israelense. “Precisamos mudar a realidade em Gaza para evitar que aconteça de novo — dure o tempo que durar”, disse a jornalistas.

Pressionado para dar uma resposta ao ataque terrorista que deixou centenas de mortos, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu promete que o Hamas vai pagar “um preço sem precedentes”. Mesmo com o anúncio da infantaria, o governo não fala abertamente sobre uma ofensiva terrestre, mas já deixou claro que não descarta nenhuma opção. Mais de 300 mil reservistas foram mobilizados e outros 600 mil podem ser acionados.

Soldados israelenses posicionam tanques perto da Faixa de Gaza.  Foto: JACK GUEZ / AFP

A defesa Israelense prepara as tropas para uma “ofensiva completa” e anunciou o envio de mais armas para as forças da linha de frente do conflito, no sul do país, perto da fronteira com Gaza. “Vocês vão ter a possibilidade de de mudar a realidade aqui. Gaza nunca mais será a mesma. O Hamas queria mudança em Gaza e vai ter a mudança oposta”, disse o ministro da defesa Yoav Gallant as tropas na região de fronteira. “Eles vão se arrepender”.

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Enquanto isso, Israel confirmou a morte de dois líderes do Hamas em ataques aéreos na Faixa de Gaza e segue na caçada por terroristas, que poderiam estar escondidos no sul do país. “Eliminar os líderes do Hamas está entre as nossas prioridades”, declarou o porta-voz da defesa israelense.

A invasão da Faixa de Gaza é considerada um movimento de alto risco, que parecia impensável nos últimos anos. Até a guerra ser deflagrada. O enclave de 365 km² é densamente povoado por mais de 2 milhões de palestinos, que praticamente não tem onde se abrigar no conflito. Por isso, uma incursão terrestre ameaça um banho de sangue.

A última vez que isso aconteceu há quase dez anos, em 2014, quando Israel e Hamas se enfrentaram em uma guerra de 50 dias. Na época, os tanques e tropas israelenses abarrotaram as ruas estreitas do enclave na tentativa de destruir a infraestrutura do Hamas. Como resultado, morreram dezenas de israelenses e 2.251 palestinos, em sua maioria civis, incluindo mais de 500 crianças, segundo dados da ONU.

Desde então, a ameaça vinha quase sempre do céu. Os foguetes do Hamas desafiavam o Domo de Ferro, poderoso sistema de defesa aérea de Israel que, por sua vez, investia em equipamento mais sofisticados e tecnológicos. Agora, no entanto, o governo de Israel parece politicamente sem escolha, alerta o ex-conselheiro nacional de segurança Chuck Freilich. “As pessoas estão muito abaladas e querem ver uma mudança real na situação”.

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O sequestro israelenses, mantidos como prisioneiros na Faixa de Gaza, impõe novos riscos a uma operação terrestre, além dos já conhecidos. Na terça-feira, enquanto Israel retaliava o Hamas como uma série de ataques aéreos, os terroristas já ameaçaram que poderiam executar um refém para cada ataque promovido do outro lado.

Freilich, que atua como analista no Instituto Nacional de Estudos em Segurança, aponta três cenários possíveis para ofensiva. Uma incursão limitada para enfraquecer o Hamas, uma campanha para destruir as instalações do grupo terrorista ou uma tentativa de derrubar o Hamas do comando da Faixa de Gaza. As duas últimas provavelmente levariam a “meses de muito sangue”, alerta./COM INFORMAÇÕES DE The New York Times e W. Post

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