As Forças de Defesa de Israel expandiram as operações terrestres dentro da Faixa de Gaza neste sábado, 28. O exército israelense também bombardeou locais de infraestrutura do grupo terrorista Hamas no enclave palestino. O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou que “o chão tremeu em Gaza” e que a guerra contra o grupo terrorista Hamas entrou em uma nova fase.
O bombardeamento, descrito pelos residentes de Gaza como o mais intenso da guerra, ocorreu também em meio à queda do sinal de internet em todo o enclave costeiro, isolando os civis da Faixa de Gaza do mundo exterior.
“Passamos para a próxima fase da guerra”, disse o ministro da Defesa, Yoav Gallant, em comentários transmitidos neste sábado. “Ontem à noite, o chão tremeu em Gaza. Atacamos acima do solo e no subsolo. As instruções para as forças são claras. A campanha continuará até novo aviso.”
Os comentários de Gallant sinalizaram uma aceleração gradual rumo ao que se espera que evolua para uma ofensiva terrestre total no norte de Gaza.
Também neste sábado, 28, Binyamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel, afirmou, em entrevista coletiva, que a atual operação terrestre em Gaza é a segunda fase da guerra contra o grupo terrorista e que o conflito será “longo e difícil”. Segundo ele, as forças extras israelenses entraram no solo do que ele chamou de “fortaleza do mal”, referindo-se a Gaza, para desmantelar o Hamas e trazer os reféns para Israel. Mais de 2 mil soldados e comandantes israelenses estão ao redor do enclave, disse o premiê.
No início da guerra, Israel reuniu milhares de pessoas ao longo da fronteira. A operação terrestre atual no enclave palestino é a maior desde o começo do conflito com o grupo terrorista Hamas.
A guerra começou após a organização terrorista que comanda a Faixa de Gaza lançar um dos piores ataques da história de Israel, deixando 1.400 mortos no sul do país. Já segundo o ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo Hamas, 7.700 palestinos morreram desde que Israel lançou uma ofensiva após o ataque terrorista.
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Crise humanitária
O porta-voz do ministério da Saúde do enclave palestino, Ashraf al-Qidra, afirmou que a interrupção das comunicações “paralisou totalmente” a rede de saúde. Os moradores não tinham como chamar ambulâncias e as equipes de emergência acompanhavam os sons das artilharias e dos ataques aéreos em busca de feridos.
Alguns civis usavam as próprias mãos para retirar pessoas feridas dos escombros e colocá-las em carros ou carroças puxadas por burros para levá-las às pressas ao hospital.
Outros moradores viajaram a pé ou de carro para casas de parentes e amigos. “As bombas estavam por toda parte, o prédio tremia”, disse Hind al-Khudary, jornalista no centro de Gaza e uma das poucas pessoas com serviço de telefonia celular. “Não podemos entrar em contato com ninguém. Não sei onde está minha família.”
Israel diz que os seus ataques têm como alvo os terroristas e a infraestrutura do grupo Hamas, que opera entre civis, colocando-os em perigo.
O exército israelense pediu mais uma vez para que os civis palestinos se desloquem para o sul da Faixa de Gaza por conta de uma ofensiva terrestre mais focada no norte do enclave.
Na manhã deste sábado, o porta-voz e contra-almirante das Forças de Defesa de Israel, Daniel Hagari, afirmou que os civis palestinos que estivessem no sul da Faixa de Gaza receberiam ajuda humanitária.
“Estamos ampliando o esforço humanitário, vamos trazer hoje mais caminhões com água e remédios. Os cidadãos de Gaza que se mudaram para o sul da Faixa de Gaza, que é uma área protegida, receberão assistência”, disse Hagari./AP
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