TEL-AVIV - Israel atacou, pelo segundo dia consecutivo, soldados da missão da Unifil no Líbano. Pelo menos dois soldados ficaram feridos, segundo a ONU, no ataque que Israel disse ter sido direcionado contra uma “ameaça” perto das forças de paz. Países europeus criticaram o ataque.
O Exército israelense assegurou que está realizando uma investigação “aprofundada” para estabelecer os detalhes do ocorrido. Na quinta-feira, 10, outros dois soldados ficaram feridos depois que um tanque Merkava das Forças de Defesa Israelenses disparou em direção a uma torre de observação na sede da Unifil em Naqoura. Como reação, a Itália convocou o embaixador israelense para explicações.
No episódio desta sexta-feira, a força da ONU, relatou “explosões pela segunda vez em 48 horas” que feriram membros do Sri Lanka.
O ataque contra as forças da ONU gerou fortes reações a nível internacional. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu a Israel, seu aliado, que cesse os disparos contra as forças da ONU.
Reunido com seus pares europeus da bacia do Mediterrâneo em uma cúpula no Chipre, o chefe de governo espanhol, Pedro Sánchez, instou a comunidade internacional a parar de fornecer armas a Israel e exigiu “o cessar de todo tipo de violência” contra a Finul.
Sua homóloga italiana, Giorgia Meloni, considerou esses ataques “inaceitáveis”, assim como o presidente francês, Emmanuel Macron, que acrescentou que a França “não tolerará” novos incidentes desse tipo.
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O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, afirmou que o fato constitui “uma violação do direito humanitário internacional” e a Finul declarou que essas ações “representam um grande risco para as forças de paz”.
EUA ampliam sanções contra Irã
Também nesta sexta-feira, em meio às tensões no Oriente Médio entre Israel e Hezbollah, que é apoiado pelo Irã, os Estados Unidos anunciaram uma série de novas sanções ao setor de petróleo e petroquímica do Irã, “em resposta ao ataque de 1º de outubro contra Israel, o segundo ataque direto neste ano”.
Segundo um comunicado do Departamento do Tesouro, as sanções afetam todo o setor, assim como cerca de 20 navios e empresas com sede no exterior, todos acusados de estarem envolvidos no transporte de petróleo e materiais petroquímicos iranianos.
As empresas afetadas têm sede principalmente na China, mas também há duas dos Emirados Árabes Unidos e uma da Libéria. Os proprietários dos navios, com sede principalmente em Panamá, Malásia e Ilhas Marshall, também estão na mira de Washington.
A medida “foi coordenada com aliados e parceiros, dos quais vários anunciarão nos próximos dias suas próprias medidas para responsabilizar o Irã por seus ataques”, disse o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan.
As sanções implicam o congelamento dos ativos que as empresas sancionadas possuem direta ou indiretamente nos Estados Unidos e proíbem as companhias com sede nos Estados Unidos ou os cidadãos americanos de negociarem com elas, sob pena de também serem sancionados.
Também dificultam o comércio para as empresas afetadas, ao limitarem sua capacidade de utilizar o dólar em suas transações./AFP.
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