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Israel ataca alvos no sul de Gaza e pede para que civis se desloquem mais uma vez

Autoridades americanas pedem proteção de civis nesta nova fase da incursão terrestre israelense no sul do enclave palestino

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Por Redação
Atualização:

As Forças de Defesa de Israel (FDI) atingiram diversos alvos no sul da Faixa de Gaza neste domingo, 3, indicando a mudança de fase da incursão terrestre israelense no enclave palestino. Tel-Aviv também sinalizou rotas seguras para mais um deslocamento forçado de civis palestinos na Faixa de Gaza, pedindo para que a população deixe a região de Khan Younis, no sul do enclave.

Com pelo menos 200 pessoas mortas nos últimos ataques, segundo dados do ministério da Saúde de Gaza, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas, os Estados Unidos também aumentaram a pressão sobre Israel para que faça mais para evitar baixas de civis no enclave palestino. Os israelenses acreditam que terroristas do Hamas estão se escondendo entre os civis, o que dificulta a operação do país do Oriente Médio.

Soldados israelenses operam um tanque no norte da Faixa de Gaza  Foto: Alexander Ermochenko/Reuters

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A mudança de foco para o sul sugere que Israel está se preparando para expandir as suas operações terrestres para além da área da Cidade de Gaza, onde estabeleceu o controle de alguns bairros. Aviões israelenses lançaram panfletos sobre várias regiões do sul de Gaza, pedindo que civis se deslocassem.

O porta-voz das Forças de Defesa de Israel em língua árabe, o tenente-coronel Avichay Adraee, afirmou na plataforma X, antigo Twitter, que os palestinos em várias zonas de Khan Younis deveriam se mudar para áreas seguras específicas. O exército forneceu um mapa em que especifica áreas seguras para os palestinos se deslocarem.

Combates continuam no norte

Apesar da aparente mudança nas operações no enclave palestino, Israel segue operando no norte de Gaza, bombardeando posições do grupo terrorista Hamas na região.

Segundo Tel-Aviv, um comandante do grupo terrorista Hamas no norte do enclave palestino, Wissan Farhat, foi morto em um destes ataques. Farhat foi responsável por um ataque durante a guerra de Gaza em 2014 que matou sete soldados israelenses, segundo as FDI.

As tropas israelenses ainda encontram terroristas do Hamas no norte de Gaza, afirmou outro porta-voz militar israelense, o tenente-coronel Peter Lerner, em entrevista coletiva no sábado.

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Os militares também afirmam que a Marinha israelense bombardeou alvos ligados ao grupo terrorista Hamas, incluindo infraestruturas militares, navios associados às forças navais do grupo terrorista e depósitos de armas.

Americanos pedem proteção de civis

Dois dias após o fim da trégua entre Israel e o grupo terrorista Hamas, autoridades americanas pediram que Tel-Aviv fizesse de tudo para reduzir as mortes de civis no enclave palestino.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, que participa da COP 28, em Dubai, afirmou que Israel deve fazer mais para proteger os civis palestinos.

A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, discursou sobre a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza durante a sua participação na COP 28, em Dubai  Foto: Kamran Jebreili / AP

“Muitos civis palestinos foram mortos e Israel deve fazer mais para proteger civis inocentes”, disse ela em entrevista coletiva. Harris apontou que o número de mortes de civis na Faixa de Gaza não é aceitável. “Israel tem o direito de se defender, mas importa o como Israel vai se defender”, acrescentou.

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O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, também afirmou que Israel precisa fazer mais. Participando de um fórum de defesa em Simi Valley, no Estado da Califórnia, Austin ponderou que a falha em proteger civis pode fazer com que Israel se prejudique em sua guerra contra o grupo terrorista Hamas. “Se você os levar para os braços do inimigo, você substitui uma vitória tática por uma derrota estratégica”, disse Austin.

Reféns

As negociações para a libertação de mais reféns que estão na Faixa de Gaza foram congeladas no sábado, 2, porque Israel e o grupo terrorista Hamas não conseguiram chegar a um acordo. Israel pediu para que a sua delegação que estava negociando um novo acordo em Doha, no Catar, voltasse a Israel.

Uma declaração do gabinete do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu culpou o grupo terrorista Hamas pelo fracasso, dizendo que o grupo terrorista não conseguiu implementar um acordo para libertar todas as mulheres e crianças que raptou.

O grupo terrorista Hamas também disse que não haverá mais trocas de reféns com Israel até que a guerra em Gaza termine. Em entrevista à Al Jazeera, Saleh al-Arouri, um líder do grupo terrorista, afirmou que os únicos reféns que o Hamas possui em Gaza são soldados e civis que serviam no exército, e que todas as mulheres e crianças já foram libertadas./W.Post

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