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Israel intercepta foguetes e drones do Hezbollah em meio a ameaça de ataque do Irã

Grupo que atua no Líbano apoiado pelo Irã assumiu autoria da ofensiva; não há registro de mortos ou feridos

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Por Redação

TEL AVIV - O Hezbollah, grupo que atua no Líbano apoiador pelo Irã, lançou cerca de 40 foguetes em direção ao norte de Israel, que está em alerta para um possível ataque de Teerã. As Forças de Defesa do país (IDF da sigla em inglês) afirmam que interceptaram “alguns” dos projéteis lançados na ofensiva e não há registros de mortos ou feridos.

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“Foram identificados aproximadamente 40 lançamentos cruzando o território libanês, alguns dos quais foram interceptados”, informou o Exército de Israel no X (antigo Twitter). Ainda segundo os militares, dois drones do Hezbollah com explosivos também foram derrubados mais cedo.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram foguetes sendo abatidos pelo Domo de Ferro, o poderoso sistema de defesa aérea israelense, na noite desta sexta-feira,12, pelo horário local. Em nota, o Hezbollah assumiu ter lançado dezenas de foguetes Katyusha (linha desenvolvida pelo Exército Vermelho durante a 2ª Guerra) contra as posições do IDF no Norte de Israel.

Desde o início da guerra em Gaza, o Hezbollah tem trocado disparos da fronteira do Líbano com Israel em apoio ao Hamas, que também integra o chamado “Eixo da Resistência”, uma aliança informal de grupos financiados e armados pelo Irã.

A ofensiva desta sexta, contudo, atinge Israel no momento em que o país está em alerta para o risco de um ataque do Irã, que poderia resultar em uma guerra ampliada no Oriente Médio.

O país culpa Israel pelo ataque que atingiu o seu consulado na Síria e matou comandantes da Guarda Revolucionária iraniana no começo do mês. Tel-Aviv não assumiu a autoria do bombardeio em Damasco, mas várias autoridades israelenses confirmaram o seu envolvimento ao The New York Times.

Domo de ferro, sistema de defesa aérea de Israel, intercepta foguetes do Hezbollah.  Foto: Ayal Margolin/Reuters

Na quarta-feira, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, disse que a explosão do consulado representa um ataque ao território do país persa e prometeu que Israel “será punido”.

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Em resposta, o chanceler israelense, Israel Katz, advertiu: “Se o Irã atacar a partir de seu território, Israel reagirá e atacará o Irã”, escreveu Katz. Na mesma linha, o ministro da Defesa Yoav Gallant afirmou em conversas com autoridades americanas que haverá resposta em caso de ataque iraniano.

Analistas entrevistados pelo Estadão consideram mais provável o Irã acionar grupos como o Hezbollah do que lançar um ataque direto contra Israel. “O Irã deve usar um dos grupos que apoia para atacar porque se fizer isso pode negar a autoria do ataque”, afirma o professor de relações internacionais da ESPM-SP, Gunther Rudzit.

Diante da ameaça, os Estados Unidos têm reiterado o apoio a Israel, apesar das discordâncias sobre a guerra em Gaza que se tornaram públicas nos últimos meses e atua para dissuadir Teerã. O presidente Joe Biden disse que o ataque poderia ser lançado “mais cedo ou mais tarde” e, questionado por jornalistas sobre a mensagem para o Irã, respondeu: “não faça isso”.

“Estamos dedicados à defesa de Israel. Apoiaremos Israel, ajudaremos a defender Israel e o Irã não terá sucesso”, disse Biden, que voltou ao púlpito para enfatizar o recado depois de ensaiar deixar o palco.

Analistas entrevistados pelo Estadão, por outro lado, consideram mais provável o Irã acionar grupos como o Hezbollah do que lançar um ataque direto contra Israel. “O Irã deve usar um dos grupos que apoia para atacar porque se fizer isso pode negar a autoria do ataque”, afirma o professor de relações internacionais da ESPM-SP, Gunther Rudzit.

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