Israel promete passagem segura para civis em Rafah e prepara ‘operação massiva’ na cidade

Cidade na fronteira com Egito abriga mais de 1 milhão de palestinos deslocados pelo conflito; Tel-Aviv afirma que ação é necessária para derrotar o grupo terrorista Hamas

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Por Redação
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Israel enfrenta crescente pressão internacional contra a iminente “operação massiva” em Rafah, para onde foram mais de 1 milhão de palestinos deslocados internamente pelo conflito em Gaza. O primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, por outro lado, reafirmou que a ação é necessária para eliminar o grupo terrorista Hamas e prometeu passagem segura para os civis.

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O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, o ex-premiê David Cameron se disse “profundamente preocupado” com a perspectiva de uma ofensiva em Rafah. “A prioridade deve ser uma pausa imediata nos combates para fazer chegar a ajuda e retirar os reféns, e depois avançar no sentido de um cessar-fogo sustentável e permanente”, acrescentou.

Na mesma linha, o chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, o primeiro-ministro da Escócia, Humza Yousaf, e a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, alertaram que a ofensiva em Rafah seria uma catástrofe humanitária.

A Arábia Saudita, por sua vez, defendeu que o Conselho de Segurança da ONU precisa se reunir com urgência para “prevenir Israel de causar o iminente desastre humanitário em Rafah”.

Foto tirada de Rafah mostra bombardeio israelense em Khan Yunis no momento em que a ofensiva no sul de Gaza avança, 11 de fevereiro de 2024. Foto: SAID KHATIB / AFP

“Daremos passagem segura para os civis”

Apesar dos apelos, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu reafirmou a ofensiva no sul da Faixa de Gaza. “Vamos fazer”, disse em entrevista à rede ABC, que vai ao ar neste domingo. “Daremos passagem segura para os civis, assim, eles poderão sair”, acrescentou no trecho antecipado pela emissora.

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Não está claro, no entanto, para onde iriam essas pessoas já que a cidade é a última ao sul do enclave e faz fronteira com o Egito. Sem dar mais informações, Netanyahu disse apenas que Israel trabalha em um plano detalhado.

Na sexta-feira, o governo israelense ordenou as tropas que se preparassem para invasão terrestre da cidade e retirasse os civis de Rafah. Horas depois, lançou ataques aéreos que mataram 44 pessoas.

“Disseram que Rafah era seguro, mas não é. Todos os lugares são atacados”, lamentou o palestino Mohamed Saydam após o bombardeio.

A guerra foi desencadeada pelo ataque terrorista do Hamas, que matou 1,2 mil pessoas em Israel e levou cerca de 250 como reféns. A ofensiva já deixou mais de 28 mil mortos em Gaza, segundo o ministério da Saúde local, que é controlado pelo grupo terrorista Hamas.

Israel afirma que a operação em Rafah é necessária para o seu objetivo de eliminar o grupo terrorista e resiste aos pedidos de cessar-fogo que, na visão de Tel-Aviv, permitiria uma reorganização do Hamas.

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Família palestina que deslocada pela guerra em abrigo improvisado em Rafah, 10 de fevereiro de 2024.  Foto: REUTERS / Mohammed Salem

Tensão com o Egito

A iminente ofensiva tem elevado a tensão com o Egito, preocupado com a pressão para abrir a fronteira para os refugiados de Gaza - algo que reluta em fazer desde o início do conflito. Isso porque Cairo teme a instabilidade no Sinai, uma zona militar sensível, e o deslocamento forçado dos palestinos.

“O Egito enfatiza que quaisquer tentativas ou esforços que busquem deslocar à força os palestinos de suas terras estão fadados ao fracasso, já que a única saída para a crise atual está incorporada na solução de dois Estados e no estabelecimento de um Estado palestino independente”, disse o presidente Abdel Fatah al-Sissi na sexta-feira.

Cairo alertou ainda que qualquer movimento que fizesse com que os habitantes de Gaza entrassem em seu território colocaria em risco o tratado de paz de 1979, quando o Egito se tornou o primeiro país árabe a reconhecer o Estado de Israel.

Negociações por reféns

Um representante do Hamas disse neste domingo à AFP que a incursão em Rafah ameaçaria negociações para libertação de reféns detidos em Gaza.

Na semana passada, o grupo terrorista respondeu Catar, Egito e Estados Unidos, que atuam como mediadores das discussões, com uma contraproposta que previa trégua de quatro meses e meio. Durante este período, todos os reféns israelenses seriam libertados, as forças de Tel-Aviv sairiam do enclave palestino e um acordo seria costurado entre Israel e o grupo terrorista para o encerramento da guerra.

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A proposta foi rejeitada por Netanyahu. Em uma coletiva de imprensa, ele afirmou que o objetivo do Exército de Israel é a destruição do grupo terrorista Hamas e que não existe outra alternativa para o país. “O dia seguinte a guerra é o dia depois do Hamas”, insistiu Netanayhu, que desde o início da guerra viu sua aprovação desabar e enfrenta protestos pela libertação dos reféns./COM W. Post, NY Times e EFE

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