Tel-Aviv - O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, informou que seu Gabinete de Segurança declarou o país oficialmente em guerra, após um ataque mortal do grupo terrorista Hamas no sul de Israel.
A decisão, anunciada neste domingo, 8, autoriza formalmente “a tomada de medidas militares significativas”, disse o gabinente, em um comunicado. “A guerra que foi imposta ao Estado de Israel em um ataque terrorista assassino da Faixa de Gaza começou às 6h de ontem”, disse.
O número de vítimas no conflito não para de subir. De acordo com o ministério da Saúde de Israel, a contagem oficial de mortos no país divulgada neste domingo já chega a 700. No final da tarde, foram retirados mais de 250 corpos no local onde ocorria uma rave brasileira quando começaram os ataques do Hamas. Além disso, são mais 2,3 mil feridos nos hospitais israelenses, sendo 365 em estado grave. Do outro lado, em Gaza, os números das autoridades locais apontam para cerca de 413 mortos até o momento.
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A declaração oficial de guerra permitirá que o governo promova uma mobilização mais ampla dos reservistas militares, adote uma gama mais ampla de opções militares e obrigue o governo a identificar objetivos específicos de guerra.
Não foram fornecidos mais detalhes. Mas Netanyahu já havia declarado o país em guerra, e os militares prometeram uma resposta dura em Gaza. Os líderes do Hamas, por sua vez, afirmaram estar preparados para uma nova escalada.
Uma questão importante agora era se Israel lançará um ataque terrestre em Gaza, uma ação que, no passado, causou um grande número de baixas. Netanyahu prometeu que o Hamas “pagará um preço sem precedentes”. Mas, ele advertiu: “Essa guerra levará tempo. Será difícil”.
Movimentação
As Forças de Defesa de Israel disseram no início do domingo que haviam atingido 10 locais em Gaza. A sede da inteligência do Hamas, dois bancos e um complexo militar usado pelas forças aéreas do grupo foram atingidos, disse a IDF no Telegram. Uma instalação de produção de armas da Jihad Islâmica - um grupo menor baseado em Gaza que atacou Israel - também foi alvo.
Os temores de uma repercussão regional aumentaram depois que o Hezbollah, grupo militante do Líbano, disse que atacou alvos israelenses perto da fronteira “em solidariedade” ao Hamas. Israel disse que revidou o ataque. A Força Interina das Nações Unidas no Líbano, ou UNIFIL, pediu a todos os lados que reduzissem a escalada de violência.
A Cisjordânia estava tranquila no domingo, com as aulas canceladas e as lojas fechadas em uma greve geral realizada em solidariedade aos terroristas em Gaza. Um palestino foi morto em um confronto com israelenses em Nablus pela manhã, mas não houve violência generalizada.
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