WASHINGTON - Cunhado de Donald Trump e conselheiro próximo do presidente dos EUA, Jared Kushner usou uma conta de e-mail privada em paralelo à sua conta oficial da Casa Branca para trocar mensagens com outros funcionários do governo americano, segundo matéria publicada pelo site de notícias “Politico” neste domingo, 24.
O portal afirma que os e-mails incluem conversas sobre cobertura midiática, planejamento de eventos e outros assuntos. O advogado de Kushner, Abbe Lowell, disse que o marido de Ivanka Trump, filha do presidente, cumpre as normas de documentação do governo ao encaminhar todos os e-mails de sua conta privada à conta oficial.
Durante a campanha eleitoral de Trump em 2016, o republicano criticou duramente sua rival, Hillary Clinton, por ter usado um servidor de e-mail privado para trocar correspondência oficial quando ocupava o cargo de secretária de Estado no governo de Barack Obama.
Após as primeiras acusações contra Hillary, uma investigação determinou que parte das mensagens continha informação confidencial.
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Com frequência, Trump induzia plateias a cantar Lock her up! (“Tranquem-na numa cela!”, em tradução livre do inglês) durante a campanha e, em outubro do ano passado, prometeu que a então candidata do Partido Democrata “iria para a prisão” pela irregularidade se ele assumisse a Presidência. Depois de eleito, o republicano disse que não levaria um processo contra ela adiante.
O site “Politico” escreve que outros funcionários da alta hierarquia do governo Trump também fizeram uso de contas privadas de e-mail, entre eles o ex-chefe de gabinete Reince Priebus, o ex-estrategista Steve Banon e o conselheiro econômico Gary Cohn.
“O sr. Kushner usa seu endereço de e-mail da Casa Branca para tratar de assuntos da Casa Branca”, diz Abbe Lowell em uma nota enviada ao “Politico” e a outros veículos da mídia, inclusive a Reuters.
“Menos do que uma centena de e-mails de janeiro até o fim de agosto foi recebida ou enviada pelo sr. Kushner a colegas na Casa Branca de sua conta privada de e-mail”, diz o advogado.
“Esses (e-mails) usualmente encaminhavam artigos de notícia ou comentários políticos e, mais frequentemente, ocorreram quando alguém iniciava a troca ao enviar um e-mail para o seu endereço pessoal, em vez de para o seu endereço da Casa Branca”, acrescenta a nota.
Diversos funcionários da Casa Branca usam telefones pessoais para se comunicar por mensagens de texto com repórteres e outras pessoas.
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