Jornalista americano detido na Rússia é acusado formalmente de espionagem

Manifestante é presa durante audiência sobre custódia de menina que fez desenho antiguerra

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Por Redação
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MOSCOU - O jornalista americano Evan Gershkovich, detido na semana passada na Rússia, foi indiciado nesta sexta-feira, 7, por espionagem, uma acusação que o repórter nega e pode resultar em uma pena de 20 anos de prisão, segundo as agências de notícias russas.

De acordo com a a agência Tass, o jornalista nega de maneira categórica as acusações. Evan Gershkovich, correspondente na Rússia do americano Wall Street Journal, foi detido na semana passada na Rússia.

O Serviço Federal de Segurança (FSB) russo afirmou que a detenção “frustrou as atividades ilegais” de Gershkovich, acusado de “espionar para o governo americano”.

Acusado de espionagem pelo governo russo, o jornalista americano Evan Gershkovich, do 'Wall Street Journal', está detido na Rússia Foto: The Wall Street Journal via AP

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Antes de ser contratado pelo Wall Street Journal, em 2022, Gershkovich, de 31 anos, trabalhou para a agência France Presse em Moscou e para o Moscow Times, um site de notícias em inglês.

“Tivemos conhecimento de reportagens que informam sobre a acusação contra Evan. Como temos dito desde o começo, esta acusação é categoricamente falsa e injustificada, e continuaremos exigindo sua libertação imediata”, ressaltou o Wall Street Journal.

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A detenção do repórter acontece em um contexto de grande repressão na Rússia contra a imprensa e os opositores, que aumentou desde o início da ofensiva russa contra a Ucrânia, em fevereiro do ano passado.

Desenho antiguerra

Nesta sexta-feira, a polícia prendeu uma jovem russa que protestava na porta de um tribunal onde seria realizada a audiência sobre os direitos de custódia de um pai de uma adolescente de 13 anos que fez um desenho contra a guerra na Ucrânia na sala de aula. A manifestante exibiu um cartaz com um outro desenho e foi presa.

A audiência de custódia e a nova prisão, que ocorreu em Yefremov, uma cidade na região de Tulam, ao sul de Moscou, destacou como o caso do pai, Alexei Moskalyov, e sua filha, Maria, paralisou a Rússia durante a guerra.

Moskalyov, de 54 anos, ficou sob pressão das autoridades depois que Maria, então com 12 anos, fez um desenho antiguerra em sua aula de arte da sexta série. O pai foi preso e processado por postagens antiguerra nas mídias sociais sob as novas leis que proíbem críticas aos militares.

Como resultado de sua prisão, Maria foi colocada em um orfanato. Então, em uma reviravolta dramática, Moskalyov escapou da prisão domiciliar na noite anterior à data em que um tribunal proferiria o veredicto em seu caso. Ele foi considerado culpado e condenado a 2 anos de prisão.

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Apoiadores da família Moskalyov aguardam por audiência sobre direito de custódia do pai  Foto: Maxim Shipenkov/EFE - 6/4/2023

Moskalyov foi preso novamente no dia seguinte, em Minsk, Belarus. Mas ele não foi visto desde então. Grupos de direitos humanos indicaram que os serviços de segurança da Belarus podem estar com ele.

O caso de censura da menina é mais um dos que envolveram crianças desde o início da invasão da Ucrânia pela Rússia, no ano passado, e gerou uma tempestade de críticas, levantando questões sobre se as autoridades exageraram.

Maria passou semanas no orfanato, mas foi libertada na quarta-feira sob a custódia de sua mãe, de quem teria estado afastada dela por sete anos. O juiz não tomou uma decisão de custódia porque Moskalyov não foi encontrado.

Um vídeo do protesto solitário mostrou a ativista russa Yelena Tarbayeva, de 23 anos, com o cabelo pintado de vermelho, segurando o desenho em frente ao tribunal em Yefremov. “Putin come crianças”, dizia uma inscrição abaixo do desenho.

A imagem, como a que Maria desenhou na escola, mostrava uma mulher ucraniana protegendo uma criança dos mísseis russos. Tarbayeva aparentemente viajou de São Petersburgo para realizar seu protesto.

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Tarbayeva foi rapidamente considerada culpada de violar as leis de censura e multada no equivalente a cerca de US$ 615. Outra audiência no caso de custódia foi marcada para 20 de abril./AFP e WP

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