Jornalistas são expulsos de entrevista coletiva de opositor no Zimbábue
Chamisa contesta os resultados que deram vitória ao atual presidente,Emmerson Mnangagwa
PUBLICIDADE
Por Redação
HARARE - Uma dia depois de o presidente do Zimbábue, Emmerson Mnangagwa, ter sido declarado vencedor das primeiras eleições pós-Robert Mugabe,soldados da unidade antidistúrbios da polícia invadiram o hotel onde o líder opositor Nelson Chamisa daria uma entrevista coletiva nesta sexta-feira, 3, e expulsaram os jornalistas. Eles alegaram que os profissionais deveriam comprovar suas credenciais.
Polícia expulsa jornalistas do hotel Bronte, em Harare Foto: AFP PHOTO / ZINYANGE AUNTONY
PUBLICIDADE
A situação só foi normalizada depois que o ministro da Informação, Simon Khaya Moyo, apareceu no local e ordenou aos agentes que fossem embora e não interrompessem a entrevista. Pouco depois, Mnangagwa publicou duas mensagens em sua conta do Twitter nas quais garantiu que as cenas assistidas hoje não se repetiriam, e anunciou uma “investigação urgente” sobre a intervenção policial.
“Nos últimos nove meses, protegemos a liberdade de imprensa, a liberdade de reunião e a liberdade de criticar o governo. É uma parte indispensável do novo Zimbábue. Não é negociável e não mudará. Ganhamos as eleições de maneira livre e justa e não temos nada a temer e nem para esconder. Qualquer um é livre de se dirigir aos meios (de comunicação) quando quiser”, acrescentou.
Após vários dias de espera e tensão, a Comissão Eleitoral do Zimbábue anunciou na quinta-feiraà noite os resultados oficiais ea vitória de Mnangagwa com 50,8% dos votos, graças principalmente aos seus bons resultados nas áreas rurais.
Publicidade
No entanto, o líder opositor se recusoua proclamar Mnangagwa como vencedor das eleições, que qualificou de “fraudulenta, ilegal e ilegítima” na entrevista coletiva.
Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue após 37 anos no poder
1 / 9Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue após 37 anos no poder
Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue após 37 anos no poder
Robert Mugabe renunciou à presidência do Zimbábue após 37 anos no poder. Foto: Tsvangirayi Mukwazhi/AP
Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue após 37 anos no poder
Político de 93 anos, estava à frente do país desde a independência, em 1980. Foto: Chester Higgins, Jr./The New York Times
Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue após 37 anos no poder
Em 30 de dezembro de 1987, Mugabe se transforma em chefe de Estado depois de reformar a Constituição para que o país adotasse o sistema presidencialis... Foto: Mais
Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue após 37 anos no poder
Como líder do Zimbábue, Robert Mugabe ficou mais tempo no poder do que Stalin, na URSS, e Mao, na China. Foto:
Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue após 37 anos no poder
Com o começo da crise no país, Robert Mugabe já havia sido demitido de seu partido, a União Nacional Africana do Zimbábue - Frente Patriótica, ZANU-PF... Foto: Mais
Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue após 37 anos no poder
Em uma de suas decisões mais polêmicas, Robert Mugabe apoiou que camponeses brancos fossem expulsos de suas terras. Nesta foto,Mugabe aparece ao lado ... Foto: AP/Greg GibsonMais
Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue após 37 anos no poder
Relatos da inteligência zimbabuana vistos pela agência de notícias Reuters levam a crer que o ex-diretor de segurança Emmerson Mnangagwa, demitido da ... Foto: Tsvangirayi Mukwazhi/APMais
Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue após 37 anos no poder
Durante a apresentação da moção no Parlamento, que acusa o presidente de "ter autorizado sua esposa a usurpar seus poderes" e de "não ter mais capacid... Foto: APMais
Mugabe renuncia à presidência do Zimbábue após 37 anos no poder
População do Zimbábue comemora queda do presidente Robert Mugabe pelas ruas de Harare. Foto: Tsvangirayi Mukwazhi/AP
Chamisa, do Movimento pela Mudança Democrática (MDC), reiterou que os resultados eram falsos e a apuração alternativa de seu partido demonstravam sua vitória, sem divulgar as provas que disse possuir. Ele tem até a próxima semana para impugnar os resultados, mas o opositor não confirmou se irá à Justiça. / AFP e EFE
