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Jovens, idosos, animais: sobreviventes são resgatados dias depois de terremoto na Turquia

Lutando contra as probabilidades, equipes de resgate continuam a encontrar sobreviventes 10 dias após o terremoto devastador

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Por Redação
Atualização:

Enfrentando temperaturas negativas e chances cada vez mais reduzidas de encontrar sobreviventes do terremoto que destruiu parte da Turquia e da Síria, equipes de resgate e voluntários continuam a trabalhar incessantemente em busca de qualquer sinal de vida sob os escombros ― o que, em casos surpreendentes, tem sido recompensado com resgates quase milagrosos.

Equipes médicas e de resgate retiram sobrevivente de escombros de prédio na Antáquia, região da Turquia, na quarta-feira, 15. Foto: Ugur Yildirim/DIA via AP

Um adolescente de 17 anos foi retirada dos destroços de um prédio nesta quinta-feira, 16, em Kahramanmaras, cidade próxima ao epicentro do tremor. De acordo com um voluntário que participou do resgate ouvido pela France-Presse, Aleyna Olmez parecia estar bem, e abriu e fechou os olhos para as equipes de resgate. “Trabalhamos aqui, neste edifício, há uma semana. Viemos com a esperança de ouvir algo”, afirmou.

Tio da adolescente Aleyna Olmez, resgatada nesta quinta-feira, 16, abraça equipes de resgate. Foto: Ozan Kose/ AFP

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De acordo com especialistas em resgate e salvamento, mais de 90% dos sobreviventes de terremotos são resgatados em 72 horas após o impacto. Essa duração pode variar em função do clima, da existência de novos tremores e das condições em que as vítimas ficaram soterradas, mas não costumam ser tão maior pelo limite do corpo humano em suportar a privação de água e alimentos.

Autoridades turcas anunciaram que mais seis pessoas foram retiradas dos escombros na quarta-feira, 15. Uma delas foi a idosa Fatma Gungor, de 77 anos, retirada dos escombros durante a noite. De acordo com um integrante da equipe de busca que participou do salvamento, assim que Fatma foi retirada, ela perguntou “que dia é hoje?”.

Fatma Gungor, de 77 anos, foi resgatada cerca de 212 horas soterrada. Foto: Maxim Shemetov/ Reuters

Outra idosa, identificada pela agência de notícias turca Anadolu como Cemile Kekec, de 74 anos, foi retirada dos escombros 227 horas após o terremoto. Também em Kahramanmara, Melike Imamoglu, de 42 anos, foi retirado dos escombros. Uma mulher e seus dois filhos também foram resgatados na tarde de quarta-feira na cidade de Antakia.

Um dia antes, dois irmãos, de 21 e 17 anos, foram retirados de um outro prédio colapsado na mesma cidade após sobreviverem por cerca de 200 horas soterrados racionando suplementos de musculação e bebendo a própria urina.

Embora os resgates sejam um sopro de esperança em um país que está coberto pelas ruínas do que eram suas cidades, a realidade não dá espaço para muito ânimo. Pouco depois do resgate da adolescente Aleyna em Kahramanmaras, militares pediram aos jornalistas e aos moradores que deixassem o local, porque as equipes de emergência começaram a retirar corpos dos escombros.

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De acordo com os balanços mais recentes divulgados pelas autoridades e por fontes médicas, pelo menos 36.187 pessoas morreram na Turquia, e 3.688, na Síria, em consequência do terremoto. O total de vítimas fatais confirmadas chega a 39.875.

A Turquia suspendeu os trabalhos de resgate em algumas regiões. O governo da Síria, país em guerra, adotou a mesma medida nas regiões sob seu controle.

Sobrevivência animal

Não apenas humanos estão emergindo com vida dos escombros na Turquia e na Síria. Relatos de animais resgatados após mais tempo do que o esperado se acumulam dos dois lados da fronteira.

Na terça-feira, 14, uma equipe de resgate portuguesa resgatou com vida um cachorro do meio dos escombros de um edifício em Antáquia. Em uma gravação publicada pela agência britânica Reuters, o cachorro rasteja em direção aos socorristas após ser chamado pelos mesmos.

Equipe de resgate portuguesa retira cachorro de escombros na Turquia. Foto: João Relvas/ EFE

O cãozinho, apelidado de Tarcin (canela, em turco), passa bem.

Em meio à destruição, algumas organizações de bem-estar animal tentam fazer um esforço paralelo para retirar os bichinhos dos escombros./ AFP, AP e NYT

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