Just Stop Oil: quem são os ativistas ambientais que atacam obras de arte e monumentos em protestos

Grupo que atua contra combustíveis fósseis voltou a chamar atenção após seus membros jogarem tinta laranja no Stonehenge, monumento de pedras localizado no Reino Unido; ação integra série de atos do grupo envolvendo obras de arte e monumentos

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Foto do author Katharina Cruz
Atualização:

O grupo britânico Just Stop Oil tem chamado a atenção e recebido críticas por perturbar eventos desportivos, salpicar tinta e comida em obras de arte famosas ou interromper o trânsito para chamar a atenção para o aquecimento global. Na quarta-feira, 19, as ações do grupo voltaram a repercutir após dois integrantes serem presos pela polícia do Reino Unido por jogarem tinta laranja no Stonehenge, histórico monumento de pedras localizado no sudoeste do país.

De acordo com o comunicado divulgado pelo próprio grupo, eles estão exigindo que o próximo governo assine um tratado juridicamente vinculativo para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis até 2030. Ainda segundo a nota, a tinta usada pelos manifestantes era feita de farinha de milho, e eles garantem que irá sair com a chuva. No entanto, não demorou para que o ato fosse condenado pelo primeiro-ministro Rishi Sunak, que o definiu como um “gesto vergonhoso de vandalismo”. O líder trabalhista Keir Starmer, seu principal oponente nas eleições do próximo mês, chamou o grupo de “patético” e disse que os danos eram “ultrajantes”.

Dois integrantes do grupo ativista ambiental Just Stop Oil foram presos por jogarem tinta laranja no Stonehenge.  Foto: Just Stop Oil via AP

Resistência a petróleo, gás e carvão

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Em seu site oficial, o Just Stop Oil se define como um grupo de resistência civil não violento que exige que o governo do Reino Unido pare de licenciar todos os novos projetos de petróleo, gás e carvão. “Precisamos de ações ousadas e que não possam ser ignoradas, que enfrentam as elites dos combustíveis fósseis”, diz o site. Para os protestos, o grupo realiza paralisações em estradas e atos envolvendo obras e monumentos artísticos como forma de chamar atenção para a causa defendida.

Eventos esportivos também são alvos do grupo. No ano passado, dois integrantes do Just Stop Oil interromperam a final da Premiership Rugby, liga nacional da modalidade, após espalhar pó laranja no gramado do Estádio de Twickenham. Já em 2022, o grupo protagonizou um de seus atos mais polêmicos, quando jogaram sopa de tomate na obra Girassóis (1888), de Vincent Van Gogh, na National Gallery de Londres, e se colaram na parede. Como estava protegida por uma camada de vidro, o quadro não foi atingido. No mesmo ano, o grupo colou as mãos em uma réplica da pintura ‘A Última Ceia’, de Leonardo Da Vinci, em exposição na Royal Academy, também na cidade de Londres.

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Cenas semelhantes ocorreram em mais de uma dúzia de museus ao longo do último ano, deixando os trabalhadores culturais nervosos e sem saber como evitar que os ativistas climáticos atacassem obras de arte delicadas. Os custos de segurança, conservação e seguros estão aumentando, de acordo com instituições culturais que sofreram ataques.

Medidas parlamentares

No ano passado, no Reino Unido, o Parlamento aprovou uma nova legislação que alterou a Lei da Ordem Pública de 1986, tornando possível processar alguém em casos de manifestação pública na Inglaterra e no País de Gales que resulte em graves perturbações na vida da comunidade, como na interrupção de atividades diárias. A mudança também confere à polícia o poder de impor condições às pessoas que organizam e participam das manifestações.

Segundo a BBC, a Polícia Metropolitana de Londres disse que, no período de abril a julho de 2023, 515 protestos do grupo na cidade tiveram custo de 7,7 milhões de libras à instituição, o equivalente a 23.500 turnos de oficiais. Durante esse período, mais de 270 pessoas foram detidas por causa das manifestações, que incluíram marchas lentas e a interrupção de eventos de grande visibilidade. Além de marcharem nas estradas principais, os ativistas perturbaram eventos como o The Open, o Wimbledon, a Marcha do Orgulho de Londres e o Chelsea Flower Show, apontou a emissora britânica.

O comissário assistente da Polícia Metropolitana de Londres disse que o que o grupo faz não é protesto, é crime e há uma diferença. “O direito de protestar é fortemente protegido, mas quando você causa perturbações graves deliberadamente, isso se transforma em crime”, disse ele à BBC. / COM INFORMAÇÕES DE THE WASHINGTON POST E THE NEW YORK TIMES

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