A Justiça do Equador ordenou na quinta, 20, a soltura do sueco Ola Bini, ligado a Julian Assange e acusado de ataques a sistemas de computadores. A detenção foi considerada arbitrária pelo tribunal.
Por dois votos a favor e um contra, a Corte Provincial aceitou o recurso de habeas corpus apresentado pela defesa do sueco, preso ao tentar viajar para o Japão em 11 de abril de 2019.
No mesmo dia, Quito retirou o asilo de Assange - que permaneceu refugiado desde 2012 na embaixada equatoriana em Londres - e denunciou que uma pessoa próxima do australiano estava envolvida em um plano de desestabilização contra o presidente Lenín Moreno.
O advogado de Bini, Mario Melo, disseque o sueco foi processado "sem qualquer encargo específico" e que a acusação "não conseguiu demonstrar" que ele interferiu em algum sistema de computador equatoriano. Bini deixou a prisão algumas horas depois da audiência. "Hoje mostramos a minha inocência pela primeira vez e continuaremos a demonstrar ", disse à impresa. O sueco agradeceu aos juízes por mostrarem que o processo foi "ilegal". Porém, antes de sua libertação, Bini havia indicado que não seria totalmente livre enquanto a investigação "ilegítima" continuasse.
Embora possa se defender em liberdade, Bini deve aparecer periodicamente diante das autoridades e está proibido de deixar o país para garantir sua presença e colaboração na investigação de supostos ataques a sistemas de computadores.
O advogado Iván Escandón, que também faz parte da defesa do sueco, explicou que, ao determinar que a detenção foi arbitrária e ilegal todo o processo torna-se nulo, porque os operadores de Justiça que intervieram no caso deveriam se tornar objeto de sanções.
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