O ex-presidente do Peru, Pedro Castillo, preso desde dezembro do ano passado após a fracassada tentativa de golpe de Estado, teve seus dias na prisão ampliados. A justiça peruana prorrogou, nesta quinta-feira, 9, de 18 para 36 meses a prisão preventiva do antigo chefe do executivo nacional.
Com a nova decisão, Castillo, que tem 53 anos, deve permanecer preso até dezembro de 2025. Além de responder pela tentativa inconstitucional de dissolução do Congresso, o ex-presidente é acusado de liderar uma organização criminosa que atuou na estatal de petróleo peruana e em ministérios do país.
A questão central no caso de Castillo é o risco de fuga. Ele não tem família no Peru, a mulher e os filhos estão no México. E, além disso, ele tentou se asilar na embaixada do México, então o mais provável é que, se ele saísse da prisão, iria se refugiar na embaixada do México”, explicou ao Estadão o jurista peruano Carlos Caro Coria.
Para o jurista, a decisão era previsível e, no país, “as prisões preventivas são trabalhadas em paralelo, ou seja, não é porque está cumprindo uma pena preventiva que não pode cumprir outra”.
Além de Castillo, o juiz Juan Carlos Checkley, autor da decisão, determinou também nesta quinta a prisão preventiva do ex-ministro de Transportes Juan Silva Villegas, que também é investigado por organização criminosa. Já Geiner Alvarado, ex-ministro de Habitação, responde o processo em liberdade.
Pedro Castillo está detido em uma pequena prisão para funcionários do alto escalão na sede da Direção de Operações Especiais da polícia, a leste de Lima. Com sua prisão, o Legislativo empossou no cargo a vice-presidente, Dina Boluarte.
Leia também
No entanto, a queda de Castillo aprofundou a crise política no Peru com protestos que deixaram pelo menos 50 mortos, incluindo seis soldados que se afogaram em um rio no fim de semana quando supostamente tentaram fugir de manifestantes que os apedrejaram na região de Puno. /AFP
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.