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Justiça dos EUA condena por conspiração 4 membros de grupo extremista que invadiram Capitólio

Assim como o líder do grupo, os integrantes do Oath Keepers receberam a rara condenação por conspiração sediciosa

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Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - Quatro membros do grupo de direita radical Oath Keepers foram condenados por conspiração sediciosa nesta segunda-feira, 23. Eles se juntam assim ao fundador do grupo, Stewart Rhodes, considerado culpado por um júri de conspiração para manter o então presidente Donald Trump no poder pela força e impedir a certificação da vitória eleitoral de Joe Biden.

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É outra grande vitória para o Departamento de Justiça, que também está tentando garantir condenações por sedição contra o ex-líder dos Proud Boys e quatro associados.

Acusações de conspiração sediciosa raramente são pedidas e ainda mais raramente aceitas. No julgamento de Rhodes, apenas ele e a líder do Florida Oath Keepers, Kelly Meggs, foram considerados culpados do crime, enquanto três associados do grupo foram condenados por acusações de menor peso político.

Em imagem de arquivo, manifestantes se concentram em frente ao Capitólio momentos antes de invadi-lo, em 6 de janeiro de 2021  Foto: Jason Andrew/The New York Times - 6/01/2021

Joseph Hackett, de 52 anos, Roberto Minuta, de 38, David Moerschel, de 45, e Edward Vallejo, de 64, foram descritos pelos promotores federais como traidores armados e perigosos, e por seus advogados como desafortunados que tropeçaram no caos.

“Eles alegaram estarem envolvidos pela Constituição, mas a pisotearam”, disse o promotor Jeffrey Nestler nas alegações finais. “Eles ignoraram a vontade do povo, mas tiveram a audácia de afirmar que cumpriam o juramento.”

Das quase mil pessoas acusadas de cometer crimes no Capitólio em 6 de janeiro de 2021, apenas 14 foram acusadas de conspiração sediciosa, identificadas pelo Departamento de Justiça não apenas como participantes de uma multidão violenta, mas como líderes usando brutalidade para promover uma conspiração política.

Hackett e Moerschel viajaram da Flórida para a capital americana com Meggs e o seguiram até o Capitólio às 14h38. Minuta estava em um grupo do Oath Keeper separado, fornecendo segurança para o confidente de Trump, Roger Stone, naquela manhã.

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‘Nosso Capitólio’

Stone se recusou a deixar seu hotel porque os Oath Keepers não podiam garantir a ele acesso ao palco presidencial, segundo o depoimento. Quando o motim começou, Minuta e os outros deixaram Stone e usaram carrinhos de golfe do hotel para chegar ao Capitólio. Eles entraram por volta das 15h15 e foram expulsos alguns minutos depois. Minuta chegou a gritar para os oficiais: “Este é o nosso Capitólio!”

Vallejo viajou com amigos do Arizona. Ele passou a manhã de 6 de janeiro tentando descobrir onde estacionou seu caminhão no dia anterior. Em seguida, o vídeo de vigilância mostra que ele voltou para o Ballston Comfort Inn, onde os Oath Keepers esconderam suas armas. Durante o motim, ele se ofereceu repetidamente por mensagem de texto para entrar como uma “Força de Reação Rápida”.

Após o motim, os membros do Oath Keepers jantaram em Tysons. A princípio, eles estavam planejando os próximos passos, como testemunhou o participante Joe Harrington, como “se preparassem para uma viagem à Disney World”. Então eles souberam que agentes federais estavam procurando por eles. Vários membros acordaram na manhã seguinte e descobriram que seus líderes haviam deixado Washington às pressas.

Os promotores federais alegaram com mais ênfase do que no julgamento anterior que os Oath Keepers chegaram perto de cometer violência mortal. Rhodes lamentou depois de 6 de janeiro por não ter fuzis naquele dia. O promotor assistente dos EUA, Louis Manzo, disse aos jurados que tanto Minuta quanto Vallejo poderiam ter matado legisladores se não tivessem sido dissuadidos pela Polícia do Capitólio em 6 de janeiro e pela Guarda Nacional no dia seguinte.

Lei da Insurreição

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Por meio de advogados, os réus alegaram que seus motivos e ações, embora tolos, não foram planejados. Eles foram atraídos pelos Oath Keepers não para derrubar o governo, mas para proteção contra os antifascistas, criminosos e restrições cobiçosas que a mídia de direita os levou a temer, argumentaram. Rhodes então os convenceu de que provavelmente receberia ordens diretamente do então presidente Trump para se reunir como uma força de defesa sob a Lei da Insurreição.

“A responsabilidade realmente está nos pés de nossos políticos”, disse o advogado de Moerchel, Scott Weinberg. “O presidente e Stewart Rhodes estavam afirmando que o mundo estava chegando ao fim antes mesmo da eleição.”

Trump não invocou a Lei da Insurreição. Os promotores dizem que foi quando os Oath Keepers decidiram agir por conta própria. Um ex-membro, Caleb Berry, de 21 anos, testemunhou que Meggs instruiu explicitamente o grupo a interromper a contagem dos votos.

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Os réus disseram que isso era uma invenção e que aqueles que entraram no Capitólio o fizeram espontaneamente. Berry não foi chamado para testemunhar contra Meggs no primeiro julgamento.

Em imagem de arquivo, membros do grupo Oath Keepers se concentram perto de uma das entradas do Capitólio antes de liderar sua invasão  Foto: Manuel Balce Ceneta/AP - 6/01/2021

“A violação do Capitólio dos EUA foi uma surpresa para todos e cada um dos Oath Keepers”, disse a advogada de Hackett, Angie Halim, em seu argumento final. Weinberg comparou isso a “uma debandada de futebol”. Minuta “perdeu a calma” quando pressionado por um policial, mas não planejou ficar violento, disse seu advogado, William Shipley. “Todo mundo tem seus piores momentos”, disse.

Halim acusou o Departamento de Justiça de fazer uma investigação “curiosamente limitada”, com agentes inexperientes do FBI que não entendiam e não se preocupavam em aprender sobre seus alvos além de mensagens de texto e postagens nas redes sociais.

“Eles falharam aqui”, disse ela, sobre o governo culpar os Oath Keepers pela insurreição com Trump alegando que a eleição foi roubada. Ela chamou de “um reality show fortemente editado”. /WP e AP

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