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Justiça nega pedido e Trump deve depor em caso que apura fraude fiscal em Nova York 

Inquérito da procuradora-geral e investigação criminal paralela liderada por promotor público de Manhattan estão examinando se organização familiar inflou valor de seus ativos para receber empréstimos favoráveis; filhos também vão depor

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Por Redação

NOVA YORK - A procuradora-geral de Nova York poderá interrogar Donald Trump e dois de seus filhos mais velhos, sob juramento, como parte de um inquérito civil em um caso que apura fraude fiscal no grupo da família, a Trump Organization. O juiz Arthur Engoron rejeitou o pedido do ex-presidente para bloquear o interrogatório. 

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O inquérito da procuradora-geral do Estado, Letitia James, e uma investigação criminal paralela liderada pelo promotor público de Manhattan estão examinando se Trump inflou indevidamente o valor de seus ativos para receber empréstimos favoráveis.

Advogados da família Trump tentaram proibir James, uma democrata, de entrevistar Trump, Donald Trump Jr. e Ivanka Trump. Eles argumentaram que ela era politicamente tendenciosa contra Trump e estava usando inadequadamente seu inquérito civil para ajudar na investigação criminal do promotor público, da qual ela também está participando. 

Em imagem de janeiro de 2017, o então presidente eleito Donald Trump (C) com os filhos Ivanka (C) e Donald Trump Jr., em Nova York Foto: Timothy A. Clary/AFP

O argumento, segundo o juiz, não era válido. Ele decidiu a favor do gabinete de James, que pediu que o ex-presidente e os dois filhos adultos fossem ouvidos nas próximas três semanas. A ordem também exige que o ex-presidente forneça à procuradora-geral os documentos que ela solicitou em sua intimação.

“Hoje, a justiça prevaleceu”, disse James em um comunicado, acrescentando: “Ninguém está acima da lei”. A Trump Organization não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

A decisão não significa que James receberá automaticamente as respostas que ela está procurando. Trump e seus filhos podem invocar seu direito constitucional de não se incriminar, como o outro filho de Trump, Eric, fez quando questionado pelo gabinete da procuradora em outubro de 2020. A família Trump também pode recorrer.

A decisão do juiz ocorreu após uma tensa audiência virtual na Suprema Corte do Estado na quinta-feira, durante a qual os advogados de Trump e os assessores da procuradora-geral apresentaram seus casos. Várias vezes, os advogados de Trump ficaram tão exaltados que o juiz Engoron teve de pedir um tempo – levantando as mãos em forma de “T”, um gesto visto com mais frequência em um evento esportivo do que em um tribunal.

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Embora James tenha sinalizado em documentos judiciais que ela acumulou evidências significativas contra os negócios da família de Trump, ela disse que precisa questionar Trump e seus filhos antes de determinar seu próximo passo.

Segundo um expediente com cerca de cem páginas, publicado em janeiro, a procuradora suspeita que a empresa familiar do ex-presidente, a Trump Organization, inflou "fraudulentamente" o valor de algumas propriedades para pedir empréstimos aos bancos e reduziu o valor apresentado ao fisco para pagar menos impostos.

No fim de dezembro e no começo de janeiro, a procuradora intimou para depor sob juramento o ex-presidente e seus dois filhos, mas a família Trump não respondeu às intimações e recorreu a todo tipo de subterfúgios para escapar destas convocações e atrasar a investigação.

James respondeu em um processo judicial no mês passado, argumentando que havia "uma necessidade maior" de depoimentos dos três membros da família. Ela disse que, ao questioná-los, poderia determinar quem era o responsável pelas distorções e omissões que a organização fez em seus documentos financeiros. /NYT e AFP

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