Kadafi afirma em entrevista: minha gente me ama

'Alguém abandonaria sua pátria natal? Por que eu deveria abandonar a Líbia?', disse o coronel

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Por Efe
Atualização:

O líder da Líbia, Muammar Kadafi, afirmou na segunda-feira, 28, em uma entrevista à jornalista da rede americana ABC, Christiane Amanpour, que os líbios estão dispostos a morrer para protegê-lo.

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Vestido com uma túnica marrom e com óculos de sol que não deixam ver seus olhos diretamente, assegurou: "me amam. Toda minha gente está comigo, me querem. Minha gente morreria para me proteger".

A entrevista, da qual também participaram um repórter da rede BBC e outro do diário Times, aconteceu no restaurante de um hotel no litoral líbio.

A jornalista disse que Kadafi queria falar com a imprensa para contar a verdade e dedicou mais de uma hora aos três repórteres para explicar sua versão dos acontecimentos.

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Christiane adiantou que Kadafi rejeitou reconhecer que tenha havido manifestações nas ruas de Trípoli e negou a ocorrência de bombardeios aéreos para sufocar os protestos.

 

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O líder líbio riu quando perguntado se estaria disposto a renunciar ao poder em resposta aos pedidos da secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, do presidente americano, Barack Obama, e do restante da comunidade internacional.

"Alguém abandonaria sua pátria natal? Por que eu deveria abandonar a Líbia?", disse o coronel, tranquilo.

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Durante o encontro, Kadafi atribuiu a culpa pelo levantamento popular na Líbia ao grupo terrorista Al Qaeda, ao qual acusou de encorajar os jovens a roubar armas das instalações militares.

"Estou surpreso que tenhamos uma aliança com o Ocidente para lutar contra a Al Qaeda e, agora que estamos combatendo terroristas, nos abandonam", disse Kadafi, em uma prévia da entrevista divulgada no site da ABC.

"Talvez o que querem é ocupar a Líbia", acrescentou Kadafi, há mais de 41 anos no poder.

Além disso, o líder líbio classificou Obama de uma boa pessoa, mas que talvez tenha tido informações equivocadas.

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"As declarações que foram ouvidas por ele devem vir de outra pessoa", disse Kadafi. "Os Estados Unidos não são a polícia internacional do mundo", sustentou.

Kadafi afirmou também sentir-se traído pelas Nações Unidas e convidou o organismo internacional a organizar uma missão no território líbio para verificar o que está acontecendo.

O líder se pergunta como é possível que a ONU tenha concordado em impor sanções contra seu país baseando-se em informações da imprensa, sem visitar o país.

A Líbia aceitou abandonar seu programa de armas de destruição em massa em 2003, depois da invasão do Iraque, e as Nações Unidas levantaram as sanções contra o país e reinstauraram as relações comerciais.

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