MEMPHIS, EUA - Falando no funeral de Tyre Nichols, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, cobrou do Congresso americano que aprove a Lei George Floyd de Justiça no Policiamento, de reforma da polícia. Nichols morreu três dias depois de ser brutalmente espancado por policiais de Memphis, no mês passado.
Para muitos no funeral, seu discurso, ainda que breve, foi uma surpresa. Embora se esperasse que ela comparecesse à cerimônia, realizada na Mississippi Boulevard Christian Church, em Memphis, Tennessee, não estava claro se ela falaria até ser convidada ao púlpito pelo reverendo Al Sharpton, um conhecido ativista dos direitos civis no país.
“Estamos aqui para celebrar a vida de Tyre Nichols”, disse Kamala, dirigindo-se à família de Nichols. “Vocês têm sido extraordinários em termos de força, coragem e graça”, disse ela à mãe e ao padrasto. “Nós choramos com você, e o povo do nosso país chora com você.”
O espancamento de Nichols foi capturado em vídeos que foram divulgados ao público na semana passada, provocando indignação. O presidente Joe Biden disse em um comunicado que o vídeo o deixou “indignado e profundamente magoado”.
Como senadora, Kamala ajudou a redigir a Lei George Floyd de Justiça no Policiamento, que foi aprovada na Câmara controlada pelos democratas em 2021, mas barrada no Senado. Em seus comentários, ela pediu ao Congresso que aprovasse o projeto de lei, acrescentando que o presidente Biden o assinaria, atraindo aplausos da multidão. “Não seremos negados”, disse ela. “Não é negociável.”
Após a fala de Kamala em Memphis, em Washington, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, disse que Biden se reunirá com os membros do cáucus formado por parlamentares negros do Congresso para ter uma “conversa real” sobre a reforma da polícia.
O funeral de Nichols foi realizado três semanas depois de sua morte violenta, que gerou uma nova rodada de pedidos de reforma da polícia nos EUA. O espancamento de Nichols, que era negro, aconteceu depois que a polícia o deteve por uma suposta infração de trânsito, em 7 de janeiro.
Nas três semanas desde a morte, cinco policiais, também negros, foram demitidos e acusados de assassinato. Sua unidade especializada foi dissolvida. Mais dois policiais foram suspensos. Dois trabalhadores médicos de emergência do Corpo de Bombeiros de Memphis e um tenente também foram demitidos. Outras punições deverão ser anunciadas./NYT e AP
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