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Kamala Harris diz em sabatina da CNN que concorda que Trump é fascista

Declaração da democrata foi feita após um ex-colaborador de Trump ter afirmado que o republicano supostamente fez elogios ao nazista Adolf Hitler

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Por Redação

A candidata democrata e vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, declarou nesta quarta-feira, 23, que acredita que seu rival Donald Trump é um fascista, durante uma sabatina na emissora americana CNN. A declaração da democrata foi feita após um ex-colaborador do candidato republicano afirmar que ele supostamente elogiou Adolf Hitler.

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“Você acredita que Donald Trump é um fascista?”, perguntou o jornalista Anderson Cooper, durante o programa gravado na Pensilvânia, no qual Kamala respondeu perguntas de 32 eleitores indecisos. “Sim, acredito”, respondeu Kamala à pergunta.

A declaração foi uma reação aos comentários do ex-chefe de gabinete de Trump John Kelly, general aposentado do Corpo de Fuzileiros Navais em entrevistas ao The New York Times e The Atlantic publicadas na terça-feira, 22, alertando que o indicado republicano se enquadra na definição de fascista e que, enquanto estava no cargo, ele sugeriu que o líder nazista “fez algumas coisas boas”.

Kamala disse que esses comentários oferecem uma visão de quem o ex-presidente “realmente é” e do tipo de comandante-chefe que ele seria. Mais tarde, ela voltou com o assunto, dizendo que Trump, se fosse eleito novamente, seria “um presidente que admira ditadores e é fascista”. Antes da entrevista, ela já havia atacado duramente seu rival republicano pelas mesmas afirmações.

A vice-presidente disse que acredita que Trump está “cada vez mais instável e inapto para exercer o cargo”, em resposta à primeira pergunta, que era sobre o que ela diria aos eleitores para convencê-los do motivo pelo qual não deveriam apoiar seu rival republicano, e descreveu os comentários de Kelly como uma “chamada de emergência para o povo”.

A equipe de campanha de Trump declarou que a democrata “está cada vez mais desesperada porque sua campanha está em colapso”. “É por isso que ela continua espalhando mentiras e falsidades descaradas que são fáceis de refutar”, disse o porta-voz Steven Cheung em um comunicado.

A vice-presidente dos EUA e candidata presidencial democrata, Kamala Harris, durante uma sabatina da CNN com Anderson Cooper. Foto: CHARLY TRIBALLEAU / AFP

Economia e imigração mais uma vez em foco

Na sabatina, a democrata ainda foi questionada sobre custo de vida, aborto, Suprema Corte e fracking. Em resposta a um eleitor que perguntou como ela reduziria os altos custos de alimentação e moradia dos Estados Unidos, a vice-presidente citou a culpa bipartidária, dizendo que “ambos os partidos, democratas e republicanos, não fizeram o suficiente para lidar com a questão da moradia” e que ela recomendaria trabalhar com construtores e desenvolvedores de casas “para criar incentivos fiscais para que possamos criar mais oferta de moradia e reduzir o preço”.

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Neste sentido, a democrata frisou mais uma vez que “não será uma continuação da administração Biden”, afirmando que ela representa “uma nova geração de liderança”. Kamala citou sua própria experiência enfrentando “os grandes bancos durante a crise de execução hipotecária”, bem como sua experiência tanto na criação de filhos quanto no cuidado de pais idosos.

“Trago um conjunto de experiências diferentes para este trabalho e a maneira como penso sobre elas é diferente da de Joe Biden”, disse ela.

Pressionada sobre o tema da imigração ilegal, um dos temas alvo da campanha republicana contra Kamala, a democrata afirmou que, como presidente, pressionará o Congresso a “aprovar um projeto de lei abrangente” para reformar a imigração.

“Vamos lá, eles não fizeram isso”, disse Kamala sobre a promessa anterior de Trump de fazer o México pagar pelo muro na fronteira EUA-México. “Acho que o que ele fez e como fez não fez muito sentido porque, na verdade, ele não fez muita coisa”, acrescentou ela sobre as promessas de seu oponente de proteger a fronteira.

Outro tema que pesa sobre a campanha de Kamala Harris é o fracking (método de extração de combustíveis líquidos e gasosos do subsolo), cujo posicionamento da democrata sobre o tema mudou ao longo dos anos - e isso agora é alvo de críticas.

“Não vou proibir o fracking”, disse. “Não fiz isso como vice-presidente”, afirmando que sua experiência como vice-presidente de Biden lhe deu uma visão de mundo mais ampla sobre algumas questões. “Agora tenho a experiência e a perspectiva de ter sido vice-presidente”, disse Harris./AFP e AP.

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