Kamala Harris encurta distância democrata para Trump após desistência de Biden, diz pesquisa

Números indicam empate dentro da margem de erro e representam uma melhora significativa para os democratas quando comparado com a pesquisa ‘Times’, que mostrou Biden atrás em seis pontos porcentuais após o debate

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Por Shane Goldmacher (The New York Times), Camille Baker (The New York Times) e Ruth Igielnik (The New York Times)
Atualização:

A vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris iniciou a corrida presidencial de 103 dias praticamente empatada com o ex-presidente Donald Trump, segundo a última pesquisa do The New York Times com o Siena College. A projeção indica que o republicano tem 48% da preferência do eleitor e a democrata, 47%. A pesquisa confirma uma tendência de recuperação do apoio à chapa democrata depois da desistência do presidente Joe Biden, no fim de semana.

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Essa é uma melhora significativa para os democratas quando comparado com a pesquisa Times/Sinena no início de julho, que mostrou Biden atrás em seis pontos porcentuais, uma consequência da performance desastrosa que posteriormente acabou tirando Biden da corrida.

Sua rápida recomposição da coalização democrata pareceu ajudar a reduzir a vantagem significativa de Trump sobre Biden apenas algumas semanas atrás. Harris estava recebendo 93% de apoio dos democratas, a mesma porcentagem que Trump estava recebendo dos republicanos.

A recuperação se deu em parte graças à melhora do desempenho de Kamala entre eleitores jovens, negros e hispânicos. A pesquisa também confirma a consolidação de Kamala como líder do partido, depois de ela ter recebido o apoio de praticamente toda a cúpula democrata. Uma esmagadora maioria de 70% de eleitores democratas disseram que eles queriam que o partido se consolidadesse rapidamente atrás dela em vez de se envolver em um processo mais competitivo. Apenas 14% deles dizendo que eles preferem outra opção.

Trump lidera Harris por 48% a 46% entre eleitores registrados. Ele liderava Biden entre este público por nove pontos percentuais na pesquisa pós-debate. Em uma disputa com vários candidatos, menos de um ponto percentual separou Trump e Harris, com Harris em 44% e Trump em 43% após arredondamento. A parcela de votos do candidato independente Robert F. Kennedy Jr. continua caindo, atingindo apenas 5% dos prováveis eleitores na nova pesquisa. Ele foi o único candidato de um partido pequeno acima de 1%.

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A sondagem ouviu 1.142 eleitores registrados dos Estados Unidos entre 22 e 24 de julho. A margem de erro de amostragem da pesquisa entre eleitores registrados é de mais ou menos 3,3 pontos percentuais.

Harris ganha jovens e perde mais velhos

De algumas maneiras, a pesquisa mostrou um cenário similar às semanas que antecederam o debate em que Biden sepultou suas chances de reeleição, no fim de junho. Mas apesar de numericamente parecido com o cenário anterior, o levantamento dá dicas de como Kamala Harris pode obter apoios de setores demográficos distintos para viabilizar sua chegada à Casa Branca.

Harris estava se saindo melhor entre grupos que Biden estava tendo dificuldades, especialmente eleitores jovens e não brancos. Ao mesmo tempo, alguns democratas temem que ela pode não reter as mesmas forças que Biden tinha com eleitores mais velhos, aqueles cujo pesquisa de fato mostra alguma corrosão do apoio democrata.

Poucos dias depois que Biden abandonou sua campanha, pesquisa mostrou democratas apoiando Harris como a possível indicada, com apenas 14% deles dizendo que eles prefeririram outra opção. Foto: Erin Schaff/The New York Times

A pesquisa mostrou Harris obteve cerca de 60% do apoio de eleitores com menos de 30 anos e eleitores hispânicos, grupos com os quais Biden sempre teve dificuldade. Entre eleitores com menos de 45 anos, Harris estava à frente com 10 pontos percentuais, menos de três semanas após Trump ter mantido uma pequena vantagem com esse grupo sobre Biden.

Uma vez que a pesquisa foi feita com eleitores de todo o país, o impacto da candidatura de Harris em Estados decisivos não ficou imediatamente clara. Mas um candidato democrata com melhor apelo a eleitores jovens e eleitores mais diversos poderia dar um foco renovado nos Estados de Nevada, Arizona e Georgia.

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Harris emergiu como o possível nome indicado do Partido Democrata depois de algumas semanas tumultuadas. Biden desistiu da candidatura no último domingo, 21, após um mês de questões prolongadas sobre suas faculdades mentais após o debate de 27 de junho. Em paralelo, Trump escapou de uma tentativa de assassinato, nomeou J.D. Vance como seu parceiro de chapa e aceitou formalmente a indicação de seu partido na Convenção Nacional Republicana.

Haris está se encaminhando para a Convenção Democrata no mês que vem, enquanto ela tenta se tornar a primeira mulher, primeira mulher negra e primeira pessoa com ascendência sul-asiática a atuar como presidente dos Estados Unidos.

A opinião do país sobre Harris também melhorou, com sua classificação favorável aumentando em 10 pontos percentuais desde fevereiro. Harris entra na campanha com uma classificação favorável de 46%, melhor que Biden, mas ainda atrás de Trump.

As visões de todos os três — Trump, Biden e Harris — se dividem dramaticamente em termos de gênero. Na maioria das vezes, os homens gostam de Trump, enquanto as mulheres não. As mulheres gostam de Biden e Harris, enquanto os homens não.

Poucos dias após sua tentativa de assassinato, a avaliação favorável de Trump subiu para 48% na pesquisa.  Foto: Doug Mills/The New York Times

A avaliação favorável de Trump subiu para 48%. Isso ocorre pouco tempo depois das imagens indeléveis dele se levantando após uma tentativa de assassinato em um comício na Pensilvânia, erguendo o punho no ar enquanto o sangue escorria pelo seu rosto, gritando: “Lute! Lute! Lute!”.

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Quase 90% dos eleitores disseram que eles aprovaram a decisão de Biden de deixar a corrida, uma visão compartilhada por democratas, republicanos e independentes.

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