Kamala Harris garante indicação do Partido Democrata às eleições presidenciais

Vice-presidente consolidou ascensão no partido e conquistou delegados necessários para nomeação

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

WASHINGTON - A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, garantiu a nomeação do Partido Democrata para disputar a presidência contra Donald Trump. Com a votação online dos delegados ainda em andamento, ela ultrapassou nesta sexta-feira, 2, a marca necessária para indicação. Nenhum outro candidato se qualificou para desafiá-la.

PUBLICIDADE

O resultado consolida a ascensão de Kamala Harris, que assumiu a campanha com a desistência de Biden. “É uma honra ser a candidata presumida do Partido Democrata à Presidência dos Estados Unidos”, disse. Ela será nomeada oficialmente ainda este mês, na Convenção Nacional Democrata em Chicago — agora, mera formalidade.

“O fato de podermos dizer hoje, apenas um dia após o início da votação, que o vice-presidente ultrapassou a marca da maioria e será oficialmente nossa candidata é simplesmente extraordinário”, enfatizou o chefe do Comitê Nacional Democrata Jaime Harrison.

Vice-presidente Kamala Harris discursa em comício em Atlanta.  Foto: John Bazemore/Associated Press

Com a nomeação garantida, ela se prepara para visitar na semana que vem sete Estados que serão decisivos. A expectativa é que o candidato a vice seja anunciado nos próximos dias e faça a primeira aparição pública ao lado de Kamala Harris na Pensilvânia — o governador Josh Shapiro é um dos cotados para compor a chapa.

A democrata vai passar por toda “muralha azul”, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, onde tentará reconstruir a coalizão que levou Joe Biden à vitória em 2020. Ela visitará ainda o “Cinturão do Sol”, Estados mais diversos racialmente, além de Geórgia, Carolina do Norte, Arizona e Nevada, na tentativa de consolidar o voto de negros e latinos que estavam se afastando do partido.

Publicidade

Harris, uma mulher negra e de ascendência indiana, se torna a segunda pessoa não branca em quase 250 anos de história americana a concorrer à presidência por um grande partido, depois de Barack Obama. Também será a segunda mulher, depois de Hillary Clinton, democrata derrotada por Donald Trump em 2016.

Ao assumir a liderança da campanha, ela bateu recordes de doações, reduziu a vantagem do republicano nas pesquisas e consolidou apoio dos democratas. O partido se apressou em superar a crise interna desencadeada pelo debate desastroso de Joe Biden para focar os esforços contra Trump.

A votação online foi determinada há meses, quando o presidente ainda buscava a reeleição. Os democratas decidiram se antecipar à Convenção Nacional, que ocorre entre 19 e 22 de agosto, adequando-se ao prazo legal para certificação das candidaturas em Ohio. O cronograma no Estado acabou sendo alterado, mas o partido decidiu manter o processo virtual, espelhando a última eleição, afetada pela pandemia.

Nenhum outro candidato conseguiu as assinaturas com apoio dos 300 delegados que seriam necessários para se qualificar na disputa aberta pela desistência de Joe Biden e desafiar a sua vice. Antes mesmo da votação, a grande maioria sinalizou o apoio a Kamala Harris, abrindo caminho para que os líderes do parido no Senado, Chuck Schumer, e na Câmara, Hakeem Jeffries, endossassem a candidatura./COM AFP E W. POST

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.