O presidente da Coreia do Norte, Kim Jong-un, afirmou nesta sexta-feira, 18 (sábado, 19, no horário de Pyongyang), que responderia futuras ameaças com armas nucleares. A informação foi concedida pela agência de notícias estatal KCNA, um dia depois dos militares norte-coreanos lançarem um míssil intercontinental em direção ao Japão e serem repreendidos pela comunidade internacional com manobras militares sobre o Mar do Japão (chamado de Mar do Leste nas duas Coreias).
“A Coreia do Norte responderá aos mísseis nucleares com armas nucleares e a um confronto total com um confronto generalizado”, disse o presidente norte-coreano.
Segundo a KCNA, Kim Jong-un participou do lançamento do míssil nesta sexta-feira. O projétil percorreu cerca de mil quilômetros ao longo de 69 minutos e caiu no mar, a cerca de 200 quilômetros a oeste da costa norte do Japão.
Em resposta ao lançamento, militares sul-coreanos e americanos dispararam bombas guiadas de teste de caças F-35, além de realizar outras manobras aéreas combinadas sobre o Mar do Japão. Trata-se de duas operações que simulam ataques preventivos e até punitivos contra interesses norte-coreanos, no que representa uma dura mensagem para Pyongyang.
Os Estados Unidos condenaram o ato da Coreia do Norte e pediram ao país asiático que se abstenha de “mais provocações”. “Este lançamento é uma clara violação de várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas e demonstra a ameaça representada pelos programas ilegais de armas de destruição em massa e de mísseis balísticos (da Coreia do Norte)”, disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, Ned Price, em um comunicado.
O lançamento por parte da Coreia do Norte se soma a outros 30 mísseis lançados desde o início de novembro, um número recorde para Pyongyang. As ações são uma resposta a grandes manobras aéreas de Seul e Washington, diz o governo norte-coreano.
A tensão na península atinge níveis sem precedentes devido aos repetidos testes de armas norte-coreanos, às manobras dos aliados e à possibilidade de que, conforme indicam os satélites, o regime de Kim Jong-un esteja pronto para realizar seu primeiro teste nuclear desde 2017. /AFP, EFE