QUITO - O presidente do Equador, Guillermo Lasso, anunciou nesta sexta-feira, 29, que decretou estado de emergência por 60 dias em três províncias onde se registram os mais altos níveis de violência por tráfico de drogas, o que levou a centenas de crimes e massacres em prisões.
“Declarei estado de emergência nas províncias costeiras de Guayas, Manabí e Esmeraldas, a partir da meia-noite de hoje (horário local, 2h no Brasil)”, disse o presidente em um discurso transmitido pela mídia estatal.
Lasso acrescentou que, no quadro do estado de emergência, ordenou a mobilização de 4 mil policiais e 5 mil militares para as províncias. O toque de recolher também se aplicará entre as 23h e as 5h locais para algumas províncias como a da cidade de Duran.
Duran, vizinha do porto de Guayaquil, centro comercial do país e capital de Guayas, registrou em fevereiro a inusitada descoberta de dois cadáveres suspensos em uma ponte de pedestres.
De mãos dadas com o narcotráfico, a criminalidade vem crescendo no país, deixando 1.255 mortos nos primeiros quatro meses do ano, segundo dados oficiais. Cerca de 440 crimes ocorreram em Guayaquil e Durán.
Desde fevereiro de 2021, vários massacres também foram desencadeados no Equador entre prisioneiros integrantes de gangues ligadas ao narcotráfico, com 350 mortes.
Crise
A onda de criminalidade vem causando instabilidade política no país. Na terça-feira, 26, o ministro da Defesa do Equador, Luis Hernández, anunciou sua renúncia ao cargo. “Esta tarde apresentei a minha demissão como Ministro da Defesa Nacional ao Presidente Constitucional da República @LassoGuillermo, agradeço a confiança e desejo-lhe o melhor para o seu Governo e para o País”, disse o general reformado através da sua conta no Twitter, sem especificar a causa.
Na quinta-feira, 28, às vésperas de completar seu primeiro ano de mandato, Lasso pediu a renúncia de seu gabinete. O presidente conservador pretende renovar seu ministério e a princípio nomeará novos titulares para as pastas de Minas e Energia, de Agricultura e Pecuária, e Direitos Humanos.
“O Governo Nacional, em seu primeiro ano de gestão, está realizando uma avaliação de todo o seu gabinete e efetuando as mudanças que considere pertinentes em função da melhor execução do Plano de Criação de Oportunidades 2021-2025″, destacou a secretaria de Comunicação no Twitter. /AFP
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