Premiê Rishi Sunak reconhece derrota nas eleições britânicas e assume ‘responsabilidade’

Partido Conservador do primeiro-ministro teve sua pior derrota desde a 2ª Guerra, perdeu 251 assentos na Câmara dos Comuns e deve ter apenas 131 parlamentares

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Por Redação

O líder conservador e primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, reconheceu a derrota do seu partido nas eleições britânicas de quinta-feira, 4, nas quais o Partido Trabalhista obteve vitória com grande vantagem. Sunak assumiu a ‘responsabilidade’ pela derrota do partido, e disse que ligou para o líder trabalhista Keir Starmer para parabenizá-lo pela vitória.

“Hoje, o poder muda de mãos, de forma pacífica e ordeira, com boa vontade de todos os lados”, disse Sunak, que conseguiu manter o seu assento no Parlamento ao vencer o seu círculo eleitoral em Richmond, no norte de Inglaterra, quando algumas sondagens questionaram se ele manteria seu lugar na Câmara dos Comuns.

Primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, depois de discursar em Londres reconhecendo a derrota do seu partido nas eleições britânicas Foto: Danny Lawson/AP

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O Partido Conservador, do agora futuro ex-premiê Rishi Sunak, com 131 cadeiras, teve o pior resultado desde o fim da 2ª Guerra Mundial, com 251 assentos a menos. A lista de integrantes do Gabinete de Sunak que podem ficar sem vaga no Legislativo é longa, e inclui Jeremy Hunt, ministro das Finanças, e Grant Shapps, ministro da Defesa. Os números oficiais, alertam comentaristas, podem ser ainda piores, uma vez que estão sujeitos a pequenas diferenças, como houve nas últimas três votações.

Em um cenário de desgaste econômico e crescente desconfiança nas instituições, o novo governo enfrentará grandes desafios para atender às expectativas de mudança da população.

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Sunak convocou as eleições em maio, de forma até inesperada, em uma decisão que até hoje intriga analistas políticos e é questionada por aliados, especialmente os que foram derrotados nesta quinta-feira. No Reino Unido, os eleitores escolhem um único candidato em seus distritos e o mais votado é eleito, mesmo que com menos de 50% dos votos. Os primeiros resultados oficiais já confirmam as projeções, com um bom desempenho dos trabalhistas e escorregões dos conservadores.

O premiê foi a face mais recente de uma conturbada trajetória dos conservadores à frente do governo britânico nos últimos 14 anos. A decisão de convocar o referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia, o Brexit, e a escolha das urnas pela saída do bloco em 2016, fez do premiê David Cameron uma espécie de persona non grata no meio político, especialmente depois dos muitos problemas durante o processo de saída e dos que surgiram posteriormente.

Após o Brexit, os conservadores venceram outras duas eleições gerais, sendo que em 2019 impuseram a maior derrota aos trabalhistas, liderados por Jeremy Corbyn, desde 1935, levando o peculiar Boris Johnson à residência de Downing Street. Seria ele que conduziria o país em meio à maior crise sanitária em um século, a pandemia da Covid-19, e que protagonizaria escândalos de vários tipos, desde reformas indevidas até festas proibidas durante o período de isolamento social. Johnson deixou o poder em 2022, sendo sucedido por Liz Truss — cujo mandato durou 44 dias e foi marcado pela morte da Rainha Elizabeth II — e finalmente por Sunak.

Em entrevista à BBC, Jacob Rees-Mogg, ex-deputado conservador, disse que o partido considerou que os votos de algumas áreas “já estavam garantidos” e não trabalharam para mantê-los, mesmo diante da sucessão de crises no país e na própria sigla, que teve três líderes desde a última eleição, em 2019. “Não temos o direito divino sobre os votos”, concluiu.. /AP e AFP.

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