Um dia antes de vociferar em Nova York que os "israelenses não têm raízes no Oriente Médio" (mais informações nesta página), o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, foi agraciado com um presente improvável: uma cesta de produtos judaicos, incluindo o bolinho de peixe gefilte e uma lata de sopa borscht, além de um ingresso para o espetáculo Old Jews Telling Jokes ("Velhos judeus contando piadas"), sucesso do circuito alternativo da Broadway, impresso com seu nome.
A lembrancinha de boas-vindas à cidade com mais judeus no mundo depois de Tel-Aviv foi obra do tabloide conservador New York Post, conhecido pelas manchetes sensacionalistas e fotos indiscretas. "Sinta o amor, Mahmoud - e prove o gefilte", dizia o cartão na cesta, que foi entregue à delegação iraniana hospedada no luxuoso Warwick Hotel, na região de Midtown, em Manhattan. Os diplomatas de Teerã recusaram o "presente".
Além de produtos judaicos, a cesta trazia um mapa de Nova York, uma bandeirinha dos EUA e um folheto do Museu do Holocausto. O líder iraniano enfureceu o Ocidente ao promover, em 2006, uma conferência sobre a "farsa" do genocídio da 2.ª Guerra.
Ahmadinejad discursará na Assembleia-Geral das Nações Unidas durante o Yom Kippur, o Dia do Perdão, o mais importante do calendário judaico. Uma vigília contra o presidente foi montada diante do Warwick, hotel que costumava abrigar Elvis Presley e recebeu os Beatles na primeira viagem da banda aos EUA. A presença de Ahmadinejad também mobiliza um amplo aparato da polícia. / NYT
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