Após o partido governista da Coreia do Sul anunciar sua oposição ao impeachment do presidente Yoon Suk Yeol, iniciado após a imposição de uma lei marcial na última terça-feira, 5, o chefe da legenda passou a defender a suspensão do poderes constitucionais de Yoon, no que seria uma reviravolta que tornaria possível a destituição do mandatário.
Durante uma reunião do partido, o líder do Partido Poder Popular, Han Dong-hun, disse que recebeu informações de que Yoon deu ordens ao comandante da contrainteligência de defesa do país para prender e deter políticos-chave com base em acusações de “atividades antiestatais” durante a lei marcial.
Ele enfatizou a necessidade de suspender rapidamente os deveres e o poder presidencial de Yoon, dizendo que ele representa um “risco significativo de ações extremas, como uma nova tentativa de impor a lei marcial, o que poderia colocar a República da Coreia e seus cidadãos em grande perigo”.
“A meu ver, uma suspensão imediata dos deveres oficiais do presidente Yoon Suk Yeol é necessária para proteger a República da Coreia e seu povo”, disse Han.
Ele havia dito anteriormente, na quinta-feira, que trabalharia para derrotar a moção de impeachment, embora tenha criticado a declaração de lei marcial de Yoon como “inconstitucional”. Han disse que era necessário “prevenir danos aos cidadãos e apoiadores causados pelo caos despreparado”.
O principal partido de oposição, o Partido Democrático, e outros pequenos aliados apresentaram uma moção conjunta para o impeachment de Yoon na quarta-feira. Han havia dito que trabalharia para derrotar a moção de impeachment, mas acabou mudando de posição.
A votação do impeachment está prevista para sábado às 19h locais (7h de Brasília). Majoritária no Parlamento, a oposição precisa do apoio de pelo menos oito deputados do Partido do Poder Popular (PPP, legenda do presidente) para alcançar os dois terços necessários para a aprovação da iniciativa.
A imposição da lei marcial, inédita desde a democratização, em 1987, durou apenas seis horas, até que o Parlamento rejeitasse a manobra, mas desencadeou uma crise política que ameaça o futuro do impopular presidente conservador./AP e AFP.
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