VILNA - A Lituânia culpou o governo da Rússia, nesta quarta-feira, 13, pelo ataque violento sofrido pelo Leonid Volkov, opositor russo exiliado no país e aliado do dissidente Alexei Navalni, morto em fevereiro. Volkov, que reside na Lituânia há cinco anos, foi atacado em frente a sua residência na capital do país por um agressor com um martelo. O episódio ocorre em meio à tensão entre Moscou e as ex-repúblicas soviéticas do Báltico, hoje parte da Otan e da União Europeia.
O presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, disse que o ataque ao aliado de Navalni foi planejado e vinculado a outras provocações contra a Lituânia. “Só posso dizer uma coisa ao [presidente russo Vladimir] Putin: ninguém tem medo de você aqui”, declarou Nauseda.
Volkov, de 43 anos, é uma das figuras mais proeminentes da oposição russa. Ele foi ex-chefe de gabinete de Navalni e, até 2023, presidente da fundação anticorrupção fundada pelo principal opositor do presidente Vladimir Putin.
O dissidente afirmou que um homem o agrediu “quase 15 vezes” com um objeto contundente e que ele sofreu uma fratura no braço. Ele foi hospitalizado. A ex-porta-voz de Navalni, Kira Yarmish, disse que Volkov foi atacado no carro “diante de sua casa”.
“Alguém quebrou o vidro de um carro e jogou gás lacrimogêneo em seus olhos, e então o agressor começou a bater Leonid com um martelo”, escreveu Yarmish na rede social X.
Os aliados de Navalni compartilharam nas redes sociais diversas fotos mostrando os ferimentos de Volkov, incluindo um olho roxo e sangue na perna. Mais tarde, publicaram uma imagem do russo sendo levado em uma maca para uma ambulância.
O ataque ocorre quase um mês após a morte de Navalni em uma prisão no Ártico, que Volkov atribuiu a Putin, e dias antes das eleições presidenciais em que se espera uma nova vitória do governante russo.
“As notícias sobre a agressão a Leonid são chocantes. As autoridades competentes estão trabalhando. Os autores terão que responder por seu crime”, declarou no X o chanceler da Lituânia, Gabrielius Landsbergis.
A Lituânia, membro da Otan, abriga muitos exilados russos e tem apoiado firmemente a Ucrânia durante a invasão da Rússia. /AFP
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.