CARACAS - O Voluntad Popular (VP), partido político fundado e liderado pelo opositor preso Leopoldo López, questionou neste domingo, 13, os acordos alcançados na mesa de diálogo entre oposição e governo no sábado e pediu que a Assembleia Nacional, controlada por opositores, retome o “julgamento político” do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Por meio de um comunicado, o VP declarou que o processo de diálogo – no qual participam representantes do governo e da aliança opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) – não é oficial e não resolve “a principal aspiração do povo venezuelano, que é escolher um novo governo”.
Por isso, o partido de López sugeriu a formação de um “grande movimento cívico de defesa da Constituição” para conseguir que o Parlamento retome o julgamento político e declare o abandono do cargo de Maduro “para eleger um novo presidente”, um caminho que o chavismo assegura ser inviável.
O processo foi suspenso na Assembleia Nacional por decisão da maioria opositora, apesar da rejeição do VP, como um “gesto de boa vontade” da MUD para fazer avançar as negociações, que são apoiadas pelo Vaticano e pela União de Nações Sul-Americanas (Unasul).
O VP propõe também “transbordar as ruas de gente exercendo seu direito constitucional ao protesto até que se consiga, por meio da pressão popular cívica, a mudança desejada”.
Nesta linha, a aliança opositora tinha decidido adiar as manifestações de rua, entre elas uma que estava prevista para o dia 3 de novembro, convocação que foi vista como um plano golpista por parte do governo.
Entre os acordos anunciados no sábado, ao término da segunda plenária de diálogo, estão que o Tribunal Superior de Justiça suspenda o status de desacato imposto à Assembleia Nacional, a eleição de dois novos reitores eleitorais, a busca de soluções para o abastecimento de remédios e alimentos e, segundo a MUD, novas libertações de opositores.
EUA. Maduro pediu ontem ao presidente americano, Barack Obama, que suspenda a ordem executiva de seu governo que considera o país “uma ameaça incomum e extraordinária para a segurança” dos EUA. “Espero que Obama corrija antes que finalize seu governo”, disse Maduro durante seu programa de TV. O presidente assegurou que fará a solicitação chegar a Obama por meio do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, com quem terá “uma conversa pessoal nos próximos dias”. / EFE
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