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Lula chega ao Japão para participar do G-7 e negociar termos de críticas à Rússia

A guerra na Ucrânia e seus impactos na geopolítica e economia globais são um dos principais temas do G7

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Foto do author Eduardo Gayer
Atualização:

ENVIADO ESPECIAL A HIROSHIMA - O Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou nesta quinta-feira, 18, ao Japão para participar, na condição de convidado, da cúpula do G-7 que acontece neste final de semana em Hiroshima.

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Na cidade, atingida por uma bomba atômica americana em 6 de agosto de 1945, no final da 2ª Guerra Mundial, o petista terá uma agenda extensa, com nove reuniões bilaterais e um encontro com empresários, além da participação nos painéis do G-7 onde tentará frear críticas à Rússia pela guerra travada contra a Ucrânia.

A guerra na Ucrânia e seus impactos na geopolítica e economia globais são um dos principais temas do G7, grupo que reúne Estados Unidos, Japão, Itália, França, Reino Unido, Alemanha e Canadá. Além do Brasil, foram convidados a participar Austrália, Comores, Ilhas Cook, Indonésia, Índia, Vietnã e Coreia do Sul.

Presidente Lula durante a abertura do seminário Transparência e Acesso à Informação, em foto de 16 de maio de 2023; Líder brasileiro terá nove reuniões em cúpula do G-7. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A expectativa é que os membros do G-7 emitam um comunicado ao final da cúpula endurecendo o tom contra a Rússia. Haverá, contudo, um segundo texto, este também assinado pelos países convidados, e que deve ser alvo de negociação. O Brasil tentará convencer os pares a focar o documento em segurança alimentar, com menção cautelosa sobre a guerra, sem adotar um tom crítico a Moscou. O Itamaraty e o próprio Lula têm buscado uma postura de neutralidade no conflito.

“Naturalmente, o governo brasileiro negocia essa linguagem para que seja compatível com a linguagem que o Brasil tem usado sobre o tema, inclusive tem defendido na negociação de resoluções em diversas instâncias internacionais, como a própria ONU”, afirmou na semana passada o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros. “Nossa visão é que a ênfase desse documento deve ser de fato a segurança alimentar, já que esse é o tema principal”, acrescentou, sobre o documento a ser elaborado.

A agenda oficial de Lula em Hiroshima começará às 17 horas de sexta-feira, pelo horário local, 5 horas da manhã no Brasil, com um encontro com o primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese; e terminará na segunda-feira, com uma coletiva de imprensa logo antes do retorno ao Brasil.

O presidente terá reuniões bilaterais com os seguintes líderes:

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Na sexta-feira

  • Primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, na sexta-feira.

No sábado:

  • Primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida
  • Presidente da Indonésia, Joko Widodo
  • Primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi
  • Presidente da França, Emmanuel Macron
  • Chanceler da Alemanha, Olaf Scholz

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No domingo:

  • Primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau
  • Secretário-geral da ONU, António Guterres
  • Presidente do Vietnã, Vo Van Thuong.
  • Encontro com empresários

Ainda está em negociação um encontro com a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, para ampliar os esforços do governo em prol de um socorro internacional à Argentina, que enfrenta uma grave crise econômica.

No domingo à noite, Lula tem encontro marcado no domingo com empresários brasileiros que estiveram na semana passada, em Tóquio, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

De acordo com informações do Ministério das Relações Exteriores, estarão com Lula representantes dos conglomerados Mitsui, NEC (tecnologia da informação e eletrônica), Nippon Steel e Toyota, além de representantes do banco de financiamento JBIC.

No encontro com Haddad, esses mesmos representantes levaram a demanda por um acordo comercial entre Japão e Mercosul.

A presença da Toyota chama a atenção no momento em que o governo quer lançar um programa de incentivo a carros populares.

Lula viajou acompanhado pela primeira-dama Janja da Silva, pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.

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