O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi capa da edição desta sexta-feira, 23, do jornal francês Libération. Na manchete, o veículo chama o presidente Lula de “A decepção” e diz que ele é um “falso amigo do Ocidente”.
A crítica se dá especialmente pelos posicionamentos do petista frente à guerra na Ucrânia. “O presidente brasileiro não é o precioso aliado que imaginávamos, especialmente quando se trata de ostracizar o novo pária do Ocidente: a Rússia, culpada de uma invasão intolerável da Ucrânia”, diz o jornal.
A publicação questiona também o convite a Nicolás Maduro para participar de uma reunião de presidentes da América do Sul em Brasília. O jornal pergunta se Lula não tem “conhecimento dos abusos cometidos na República Bolivariana do Autoritarismo”.
A publicação afirmou que, no cenário internacional, Lula era esperado como um “messias”, mas tratava-se de “uma miragem ou uma imagem embaçada”.
Viagens
Lula é citado como “hiperativo diplomaticamente” que multiplica viagens ao exterior, com encontros com mais de 30 líderes, “mais que Bolsonaro em 4 anos”....
Apesar das críticas, o Libération afirmou que a postura de Lula é melhor do que a do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O presidente Lula está na França para uma série de compromissos. Nesta sexta-feira, discursou na Cúpula Internacional do Novo Pacto de Financiamento Global, ao lado do presidente francês, Emmanuel Macron.
“Dívida histórica”
Durante a sua visita na França, o presidente ainda foi convidado a discursar na quinta-feira, 22, no evento “Power Our Planet”, no Campo de Marte, em Paris.
Na frente de milhares de pessoas, em um palco próximo à Torre Eiffel, Lula afirmou que os países desenvolvidos possuem uma “dívida histórica” e cobrou maior responsabilidade de europeus no financiamento da preservação de florestas como a Amazônia.
“Não foi o povo africano ou povo latino-americano que poluiu o mundo”, disse o presidente. “Quem poluiu o planeta nos últimos 200 anos foram aqueles que fizeram a Revolução Industrial e, por isso, têm que pagar a dívida histórica”, concluiu.
Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.