O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, conversou com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, nesta quarta-feira, 18, segundo informação divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom).
Os dois presidentes falaram sobre temas que serão debatidos na cúpula dos Brics, que será na Rússia no mês que vem, a guerra na Ucrânia e o enfrentamento aos incêndios florestais.
Segundo a nota, Putin e Lula também conversaram sobre a relação bilateral entre Brasil e Rússia. Ao passo em que os Estados Unidos e a Europa lideram uma coalizão de boicote à Moscou pela invasão da Ucrânia, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ampliou no último ano a cooperação econômica com a Rússia.
Pela primeira vez desde em duas décadas, as trocas comerciais superaram a meta de US$10 bilhões, chegando a US$ 11,3 bi ao longo de 2023. O Brasil, por exemplo, se tornou o maior comprador de diesel russo, com 6 milhões de toneladas importadas em 2023. Isso representa um aumento de 6.000% em relação ao ano anterior e um total de US$ 4,5 bilhões.
Além do aumento na relação comercial e a parceria nos Brics, Lula tentou explorar a relação com a Rússia para se colocar como negociador da guerra na Ucrânia, que começou em fevereiro de 2022. O presidente brasileiro optou pela neutralidade no conflito e se envolveu em polêmicas com declarações que favoreciam o lado de Moscou.
Durante a cúpula do G-20 do ano passado, que ocorreu em Nova Délhi, capital da Índia, Lula defendeu a presença de Putin na próxima reunião do bloco, que será no Rio de Janeiro, em novembro. Contudo, Putin tem um mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), órgão do qual o Brasil é signatário. Por isso, o País seria obrigado a prender o presidente russo caso ele desembarcasse no território brasileiro.
Lula chegou a rechaçar esta opção e reiterou que Putin não seria preso no Brasil. O presidente brasileiro até chegou a questionar a participação do Brasil no TPI.
Declarações sobre Israel
O presidente brasileiro também coleciona declarações polêmicas sobre Israel e críticas em relação à maneira que o Exército israelense está conduzindo a guerra contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. Em sua declaração mais grave, Lula comparou os soldados das Forças de Defesa de Israel (FDI) a Alemanha Nazista, de Adolf Hitler.
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A declaração fez com que o presidente brasileiro entrasse em uma rusga diplomática com Israel e rendeu críticas da comunidade judaica brasileira.
Na segunda-feira, 16, Lula afirmou que o governo brasileiro repudia o que chamou de “massacre” nos territórios palestinos, assim como também rechaça o “terrorismo” do Hamas.
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