BRASÍLIA - O governo brasileiro montou um forte esquema de segurança para recepcionar o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, nesta segunda-feira, dia 29, em Brasília. A proteção do líder chavista costuma ser reforçada e um dos motivos de preocupação do próprio governo. Maduro já alegou ter sido alvo de tentativas de atentado, com suposto uso de drones em Caracas, em 2018.
Além de seus próprios seguranças, Maduro vem sendo acompanhado por perto por agentes da Polícia Federal, até mesmo no comboio com que circula na capital federal, aberto por motociclistas militares. Um carro do esquadrão antibomba faz varredura nos locais em que o venezuelano estará.
O esquema montado para garantir a circulação de Maduro é ainda mais restrito que o comum, nas visitas de chefe de Estado ou de governo. A Esplanada dos Ministérios foi totalmente bloqueada nas proximidades da Praça dos Três Poderes, que dá acesso ao Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal.
O trânsito permaneceu bloqueado em frente ao Palácio do Itamaraty, por uma barreira da Polícia Militar. Atrás deles, agentes do Gabinete de Segurança Institucional foram espalhados na pista, com mais barreiras impedindo a aproximação na entrada principal e na rampa do Planalto.
Em geral, o trânsito fica temporariamente vetado apenas nos momentos de chegada ou saída de autoridades estrangeiras recepcionadas por Lula, sendo liberado logo depois de entraram na sede da Presidência.
Retomada de relações
O presidente venezuelano não visitava o Brasil desde 2015, quando participou da posse da ex-presidente Dilma Rousseff. Ele foi convidado por Lula para participar de uma reunião restrita de presidentes sul-americanos, nesta terça-feira, dia 30, no Palácio do Itamaraty.
Primeiro a chegar a Brasília, Maduro se reuniu em privado com Lula no Planalto. Depois, ambos mantiveram uma audiência ampliada, com a presença de ministros e participam de uma cerimônia de assinatura de atos bilaterais de cooperação.
No Salão Leste do Planalto, agentes do GSI se posicionaram próximo das vidraças, com pastas balísticas, que se abrem em formato de escudo para blindar Maduro em caso de disparos. Outros com escudos, capacetes e armas não letais, preparados para intervir em protestos, ficaram dentro da sede da Presidência.
O encontro entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolás Maduro foi adiado por duas vezes. Maduro tem cancelado viagens internacionais às vésperas. Em janeiro, ele deixou de vir a posse de Lula e à cúpula da Celac (Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos), realizada em Buenos Aires.
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