ENVIADO ESPECIAL A PUERTO IGUAZÚ - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva evitou fazer a costumeira defesa da ditadura da Venezuela e afirmou, em discurso na cúpula do Mercosul que acontece hoje em Puerto Iguazú, na Argentina, que consolidar a democracia no bloco sul-americano é uma “tarefa permanente”.
“Consolidar a democracia, será uma tarefa permanente. Vamos propor a reinstalação do Foro Consultivo de Municípios e Estados Federados e realizar a Cúpula Social em formato presencial”, disse o petista no fórum.”Estou convicto que a construção de um Mercosul mais democrático e participativo é o caminho a trilhar”, acrescentou.
Para Lula, é “urgente” renovar o compromisso do Mercosul com o Estado de direito. “Como presidentes democraticamente eleitos, temos o desafio de enfrentar todos os que tentam se apropriar e perverter a democracia”, declarou.
“Só a unidade do Mercosul, da América do Sul e da América Latina e do Caribe nos permitirá retomar o crescimento, combater as desigualdades, promover a inclusão, aprofundar a democracia e garantir nossos interesses em um mundo em transformação”, acrescentou o petista.
Lula prometeu em Puerto Iguazú se empenhar pessoalmente pela entrada da Bolívia do Mercosul, travada também no Congresso brasileiro, mas não citou a vontade da Venezuela em retornar ao bloco. Hoje, a ditadura de Nicolás Maduro está suspensa do Mercosul, mas quer voltar a ele e tem o apoio de Lula, o que hoje não foi explicitado.
O presidente tem sido criticado por defender a ditadura da Venezuela, sua aliada na América do Sul. Na semana passada, Lula disse que democracia é algo relativo, fala que repercutiu negativamente nas redes sociais e até mesmo entre aliados.
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