BUENOS AIRES - O presidente da Argentina, Mauricio Macri, retirou por meio de um decreto uma condecoração concedida em 2013 a seu colega venezuelano, Nicolás Maduro, pela então chefe de Estado, Cristina Kirchner, por, entre outros motivos, desrespeitar os direitos humanos e a ordem democrática.
Maduro recebeu de Cristina - que foi presidente entre 2007 e 2015 - o Colar da Ordem do Libertador San Martín, a maior distinção argentina para estrangeiros que "mereçam em alto grau a honra e o reconhecimento da República".
O decreto do Ministério das Relações Exteriores, publicado no Diário Oficial desta sexta-feira, 11, e com a assinatura de Macri, cancela o direito de Maduro de usar o Colar "por atos incompatíveis com a dignidade da Ordem", segundo o texto.
Maduro convocou uma Assembleia Nacional Constituinte, que vai atuar por dois anos com poderes ilimitados na Venezuela, e prometeu ser uma solução para a grave crise política e econômica que assola o país, cenário de uma onda de protestos que já deixou mais de 120 mortos.
A decisão do governo da Argentina, entre outras causas, é atribuída ao fato de Maduro "ter promovido o uso injustificável de instrumento militar e da justiça militar para reprimir protestos e processar opositores", afirma o Diário.
O decreto também indica que "demonstrou carecer dos valores 'san-martinianos' de respeito à liberdade e aos povos da América Latina". Ele ainda leva em consideração que o presidente venezuelano "não mostrou a vontade nem a capacidade de garantir a plena vigência dos direitos humanos, dos princípios da ordem democrática e do respeito às liberdades individuais".
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Também o responsabiliza pelo "agravamento da crise política, social e humanitária que atravessa seu país" de acordo com o decreto.
A Venezuela foi suspensa no sábado 5 do Mercosul - bloco composto por Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - em razão da "ruptura da ordem democrática". A Argentina reiterou a posição na terça-feira, ao assinar ao lado de outros 11 países latino-americanos, um comunicado que não reconhece a Constituinte e seus atos. / AFP
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