Macron pede que os países parem de enviar armas a Israel para o conflito em Gaza

Binyamin Netanyahu disse que pedido é ‘uma vergonha’

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Por Talya Minsberg (The New York Times)

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu um cessar-fogo “imediato e duradouro” no Líbano e disse que os países deveriam parar de enviar armas a Israel para uso em Gaza, aumentando a pressão internacional para que o país de Binyamin Netanyahu faça mais para proteger os civis e trabalhe para pôr fim aos combates na região.

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“A prioridade é que voltemos a uma solução política, que paremos de entregar armas para lutar em Gaza”, disse Macron no programa de rádio francês ‘Etcetera’ durante um episódio gravado no início da semana e que foi ao ar no sábado, 5. A França não está fornecendo armas para Israel, disse ele.

“Acho que não estamos sendo ouvidos”, disse ele sobre os pedidos de cessar-fogo, acrescentando ‘e considero isso um erro, também para a segurança de Israel’.

Macron pede cessar-fogo nos conflitos de Israel  Foto: Ludovic Marin/AFP

Mais tarde no sábado, em uma cúpula de países de língua francesa, Macron anunciou que 88 países francófonos votaram unanimemente a favor de um cessar-fogo no Líbano como parte de um compromisso para diminuir as tensões na região. Os Estados Unidos, o Egito, o Qatar e outros países passaram meses tentando organizar um cessar-fogo em Gaza, mas não conseguiram fazer com que o Hamas e Israel concordassem.

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Um esforço liderado pelos EUA e pela França para estabelecer um cessar-fogo temporário no Líbano também foi interrompido.

Em uma declaração no final do sábado, Netanyahu rejeitou o pedido da França para parar de vender armas a Israel para a guerra em Gaza.

“Que vergonha”, disse ele, apontando para a França e outras nações ocidentais que pediram embargos de armas contra Israel. Ele acrescentou: “Deixe-me dizer uma coisa, Israel vencerá com ou sem o apoio deles”.

Em resposta, a presidência francesa emitiu uma declaração no final do sábado reiterando o apoio da França a Israel.

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“É necessário um cessar-fogo imediato em Gaza e no Líbano para interromper a escalada da violência, libertar os reféns, proteger a população e encontrar as soluções políticas necessárias para a segurança de Israel e de todos no Oriente Médio”, diz a declaração. “A França é amiga inabalável de Israel. As palavras de Netanyahu são excessivas e não têm relação com a amizade entre a França e Israel”, completou.

Israel lançou uma operação terrestre no início desta semana no Líbano que teve como alvo o Hezbollah, grupo apoiado pelo Irã. O Hezbollah começou a disparar contra o norte de Israel em 8 de outubro em solidariedade ao seu aliado Hamas em Gaza. Depois de um ano de troca de tiros de foguetes, os combates se expandiram para muito além da fronteira entre Israel e Líbano, já que Israel tem como alvo a infraestrutura militar do Hezbollah e muitos de seus principais comandantes. O Hezbollah disparou cerca de 130 foguetes contra Israel no sábado, segundo o exército israelense.

Israel está sob crescente pressão internacional para minimizar o número de vítimas civis em Gaza e no Líbano. Em maio, os Estados Unidos suspenderam a exportação de bombas de uma tonelada fabricadas nos EUA para Israel para evitar que as armas fabricadas nos EUA fossem usadas em um ataque há muito ameaçado à cidade de Rafah. As autoridades disseram que elas não eram necessárias para os israelenses e que seu uso poderia causar muitas vítimas civis.

Essas preocupações continuaram enquanto Israel aumentava os ataques ao Líbano, onde centenas de milhares de pessoas foram deslocadas.

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Na cúpula da Organização Internacional Francófona em Paris, Macron disse que a França sediará uma conferência internacional no final deste mês para fornecer ajuda humanitária ao Líbano.

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