Macron recomenda que franceses deixem o Irã ante a repressão e risco de prisão arbitrária

Governo francês diz que visitantes do Irã estão expostos a um “alto risco de prisão, detenção arbitrária” e julgamento injusto

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Por Redação

O governo de Emmanuel Macron aconselhou nesta sexta-feira, 7, que franceses deixem o Irã “o mais rápido possível” ante a repressão e os riscos de prisão arbitrária promovidos pelo país. Em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, o governo diz que visitantes franceses, que inclui os binacionais, estão expostos a um “alto risco de prisão, detenção arbitrária e julgamento injusto”.

O Irã é acusado por ONGs e pela comunidade internacional de realizar prisões arbitrárias de estrangeiros e depois chantagear o país em questão em troca de benefícios, em uma chamada diplomacia de reféns. “Esse risco também afeta as pessoas que estão simplesmente visitando como turistas”, diz o comunicado.

Protesto de mulheres em Mountpellier, sul da França, no dia 3 deste mês, contra a morte da iraniana Mahsa Amini, presa acusada de usar do véu de maneira errada Foto: Pascal Guyot / AFP

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O anúncio foi feito depois que a emissora estatal do Irã noticiou uma suposta confissão de dois franceses que foram presos em maio e, agora, são acusados de espionagem. Em paralelo, o Irã também vive e reprime uma série de protestos massivos promovidos depois da morte da jovem Mahsa Amini, presa pela polícia islâmica pela acusação de usar o véu sobre a cabeça de maneira errada. Mais de 700 pessoas foram presas e outras 92 foram mortas no último mês em decorrência das manifestações.

O Ministério das Relações Exteriores classificou como uma “encenação vergonhosa e ultrajante” e exigiu a libertação imediata dos dois detidos, identificados como Cécile Kholer e Jacques Paris. Ambos foram presos em maio, quando o Irã teve manifestações de professores para exigir aumento de salário e libertação de colegas detidos em protestos anteriores. Kohler e Paris eram membros de um sindicato de professores.

Dois outros franceses estão detidos no Irã, um país acusado por ONGs de realizar diplomacia de reféns para negociar seu benefício no cenário internacional. /AFP

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