BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe nesta segunda-feira, 29, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, para uma reunião bilateral.
Maduro, que está no Brasil para uma cúpula de líderes latino-americanos que tem como um dos objetivos ressuscitar a União das Nações Sul-americanas (Unasul), e vai reunir em Brasília presidentes de 10 países sul-americanos, chegou ao Palácio do Planalto por volta das 10h40 acompanhado da esposa, Cilia Flores. Ele subiu a rampa do prédio e foi recebido por Lula e pela primeira-dama, Janja.
A agenda oficial prevê uma primeira reunião restrita entre Lula e Maduro. Na sequência, o encontro será ampliado para outros integrantes da comitiva venezuelana e do governo brasileiro, incluindo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Os dois mandatários ainda assinarão atos conjuntos e, na sequência, seguem para almoço no Palácio do Itamaraty.
Retomada da relação com a Venezuela
Maduro não vinha ao Brasil desde 2015, ainda no governo da presidente Dilma Rousseff (PT). O presidente venezuelano fez até uma live da sua chegada ao Palácio do Planalto.
Sob Jair Bolsonaro (PL), as relações do Brasil com a Venezuela chegaram a ser cortadas, com o fechamento da embaixada brasileira em Caracas e o diálogo firmado com a oposição, por meio de enviados de Juan Guaidó.
A presença de Maduro no Brasil não era permitida desde agosto de 2019, quando uma portaria editada pelo então presidente Jair Bolsonaro proibia o ingresso no país do líder venezuelano e de outras autoridades do vizinho latino-americano.
Após a posse de Lula, o governo reabriu a embaixada brasileira e restabeleceu o contato diplomático com o país vizinho.
Maduro chegou a Brasília em um avião da empresa estatal venezuelana Conviasa, acompanhado da esposa, Cilia Flores, e foi recebido no aeroporto pela secretária de América Latina e Caribe, Gisela Padovan, e pelo embaixador venezuelano no Brasil, Manuel Vicente Vadell.
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Na terça-feira, Maduro participa da reunião com líderes dos 12 países da América do Sul realizada em Brasília e proposta pelo presidente Lula.
A ideia é que os líderes da região discutam em conjunto medidas de integração, infraestrutura e cooperação em áreas como saúde, educação, proteção do meio ambiente, segurança alimentar e combate ao crime organizado nas fronteiras, sem colocar em pauta ideologias ou regimes políticos.
Até o último dia do governo Bolsonaro, a diplomacia brasileira reconhecia o dirigente opositor Juan Guaidó como “presidente interino” da Venezuela.
No início de março, por iniciativa de Lula, uma pequena delegação liderada pelo assessor especial da Presidência Celso Amorim foi a Caracas para o primeiro encontro de alto nível do governo com Maduro.
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