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Mais de 30 crianças retornam à Ucrânia após terem sido levadas para a Rússia

Estima-se que cerca de 19.500 crianças foram retiradas de suas famílias ou orfanatos e deportadas à força para a Rússia, prática que rendeu a Putin um mandado de prisão pelo TPI mês passado

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Por Redação

KIEV - Mais de 30 crianças retornaram à Ucrânia no último sábado, 8, depois de uma longa operação para buscá-las na Rússia, contou o chefe de uma organização de resgate ucraniana. Mães e pais abraçaram seus filhos na fronteira da Ucrânia com Belarus depois de uma complexa operação de resgate,

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Segundo Mikola Kuleba, diretor executivo da organização Save Ukraine, 31 crianças retornaram à Ucrânia após a quinta operação de resgate da organização que busca por crianças deportadas à força por tropas russas à Rússia ou à Crimeia ocupada.

Segundo relataram à agência Reuters algumas das crianças resgatadas, elas deixaram regiões ucranianas ocupadas por tropas russas para acampamentos na fronteira russa ou na Crimeia, mas quando chegavam ao local, eram informadas de ficariam por mais tempo e seriam adotadas.

Valeriia, que foi levada para a Rússia, abraça sua mãe Anastasiia após retornar pela fronteira da Ucrânia com Belarus Foto: Valentyn Ogirenko/Reuters

“Houve crianças que mudaram de lugar cinco vezes em cinco meses, algumas crianças dizem que viviam com ratos e baratas”, disse Kuleba durante a coletiva de imprensa. Segundo ele, a maioria dessas crianças são das regiões de Kherson e Kharkiv.

As deportações de crianças ucranianas têm sido uma preocupação desde a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. O Tribunal Penal Internacional aumentou a pressão sobre a Rússia quando emitiu mandados de prisão em 17 de março para o presidente Vladimir Putin e a comissária russa para os direitos das crianças, Maria Lvova-Belova, acusando-os de sequestrar crianças da Ucrânia.

Crianças que foram levadas para a Rússia, aguardam a partida para Kiev depois de retornar pela fronteira de Belarus, na região de Volyn, Ucrânia, em 7 de abril de 2023  Foto: Valentyn Ogirenko/Reuters

“Esta foi a mais desafiadora de todas as missões de resgate anteriores devido à campanha de informação em larga escala da Rússia”, disse Kuleba no Twitter. “Quando as mães ucranianas foram submetidas a um interrogatório de 13 horas pela FSB [serviço de segurança da Rússia], a comissária russa para os direitos da criança, Maria Lvova-Belova, deu uma entrevista coletiva, tentando impor uma versão distorcida dos acontecimentos ao mundo.”

O Comitê Internacional da Cruz Vermelha disse esta semana que esteve em contato com Lvova-Belova, a primeira confirmação de intervenção internacional de alto nível para reunir famílias com crianças deportadas à força.

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O porta-voz do CICV, Jason Straziuso, disse que a organização está em contato com Lvova-Belova “de acordo com seu mandato de restaurar o contato entre famílias separadas e facilitar a reunificação sempre que possível”.

Iryna abraça seu filho de 13 anos, Bohdan, que foi levado para a Rússia, em 8 de abril de 2023 Foto: Valentyn Ogirenko/Reuters

Uma investigação da Associated Press revelou o envolvimento de Lvova-Belova nas separações de crianças e suas famílias e encontrou um esforço aberto para colocar crianças ucranianas para adoção na Rússia.

A comissária disse em uma reunião informal do Conselho de Segurança da ONU na quarta-feira que as crianças foram levadas para sua segurança, não sequestradas – uma alegação amplamente rejeitada pela comunidade internacional.

O número exato de crianças ucranianas levadas para a Rússia tem sido difícil de determinar. Um comunicado publicado na quarta-feira no Twitter pelo embaixador da Ucrânia na ONU, Sergi Kislitsia, disse que mais de 19.500 crianças foram retiradas de suas famílias ou orfanatos e deportadas à força./AP

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