WASHINGTON - O presidente Donald Trump voltou a se recusar a se compromenter nesta quarta-feira, 23, com uma transferência pacífica de poder se ele perder as eleições presidenciais de 3 de novembro. "Nós vamos ter de ver o que acontece", disse Trump em uma entrevista coletiva, respondendo a uma pergunta sobre se ele se comprometeria com a transição. "Você sabe que tenho reclamado muito fortemente das cédulas, e as urnas são um desastre."
A pouco mais de um mês para a votação, Trump tem pressionado a votação por correspondência, tuitando e criticando a prática. Este ano, mais Estados estão encorajando a votação por correspondência para manter os eleitores seguros em meio à pandemia de coronavírus.
O próprio presidente, que já votou por correspondência este ano em processo de primárias, tenta distinguir entre a votação nos Estados que enviam cédulas automaticamente a todos os eleitores registrados e a dos, como na Flórida, enviam apenas para eleitores que solicitam a cédula.
Trump afirmou sem apresentar evidências que a votação generalizada por correspondência levará à fraude. Os cinco Estados que enviam normalmente cédulas por correio para todos os eleitores, em todas as eleições, não têm registros significativos de fraude.
Em uma entrevista em julho, Trump se recusou a se comprometer a aceitar os resultados e fez comentários semelhantes antes da eleição de 2016. "Eu tenho de ver. Olha ... eu tenho de ver", disse Trump a Chris Wallace durante uma ampla entrevista em julho no Fox News Sunday. "Não, eu não vou apenas dizer sim. Eu não vou dizer não, e eu também não fiz isso da última vez (2016)."
A campanha do candidato democrata, Joe Biden, respondeu nesta quarta-feira como fez em julho: “O povo americano decidirá esta eleição. E o governo dos Estados Unidos é perfeitamente capaz de escoltar invasores para fora da Casa Branca."
É altamente incomum que um presidente em exercício expresse menos do que completa confiança no processo eleitoral na democracia americana./AP
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