‘Mandei matar a vice Cristina’, escreveu namorada de brasileiro que tentou atirar em Kirchner

Mensagens de texto trocadas por Brenda Uliarte, namorada de Fernando Andrés Sabag Montiel, e Augustina Díaz, uma das suspeitas presas na operação, mostram que atentado contra a vice-presidente foi pensado meses antes

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Por Redação

A Justiça da Argentina recuperou mensagens de texto trocadas por Brenda Uliarte, namorada do brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, e Augustina Díaz, uma das quatro pessoas detidas pela tentativa de homicídio contra a vice-presidente Cristina Kirchner, em que elas discutem o atentado contra a política argentina. Por meses, Brenda contou a Augustina sobre seus planos de matar Cristina, chegando a dizer que havia contratado “um cara” para fazer o serviço, segundo trechos das mensagens reproduzidos pelo jornal La Nación.

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“Mandei matar a vice Cristina (Kirchner). Não aconteceu porque ela se meteu para dentro (de casa). (...) Enviei um cara para matar Cristi”, escreveu Brenda em uma das mensagens enviadas para Augustina em 27 de agosto, data em que manifestantes criaram um tumulto em frente à residência da vice-presidente.

As mensagens mais antigas recuperadas pelas autoridades e publicadas pelo jornal argentino são de 04 de julho. Brenda diz que vai com um fierro (termo popular para arma de fogo em espanhol) para atirar contra Cristina, mas se queixa de que “a velha” tenha seguranças. “Vou ser a libertadora da Argentina. Estive praticando tiro, sei usar uma arma”, disse Brenda a Augustina.

Brenda Uliarte e Fernando Andrés Sabag Montiel estão presos por planejarem o ataque contra Cristina Kirchner. Foto: Telam via AFP

A ideia de levar o atentado evoluiu com o tempo. Em 27 de agosto, dias antes da arma de Montiel falhar ao ser apontada contra Cristina, Brenda enviou o maior número de mensagens a Augustina - incluindo a que ela diz expressamente que mandou ”um cara” para matar a vice.

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“Hoje me converto em San Martín, vou mandar matar Cristina... Estou podre que falem e não façam nada. Eu irei fazer. O espírito de San Martín entrou no meu corpo... Que filha da puta ela entrou antes de eu dar o tiro nela”, disse Brenda ao iniciar a conversa.

Após uma breve troca de mensagens em que Brenda explica os detalhes da primeira tentativa, Augustina pergunta quanto o “cara” teria cobrado a Brenda para matar a vice-presidente. “Não me cobrou. Fez porque também está farto com o que está se passando”, disse a argentina, antes de dizer que está cansada que Cristina “ande roubando e continue impune”.

Augustina parece se preocupar com o conteúdo das mensagens de Brenda, alertando a amiga que ela vai se meter em uma confusão caso o plano dê certo. “Vão buscar-lhe por todos os lados se descobrirem que você é cúmplice da morte da vice-presidente”.

A última troca de mensagens resgatada pela Justiça e publicada pelo La Nación é do dia seguinte ao atentado, 02 de setembro. Desta vez, quem inicia o contato é Augustina Díaz, que parece saber que a tentativa de homicídio aconteceria no anterior.

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Che, mas o que aconteceu que o tiro falhou? Não praticou antes ou falhou na adrenalina do momento? Onde você está? Não seria conveniente que voltasse a sua casa?”, escreveu Augustina, ao passo que Brenda respondeu estar na casa de um amigo.

Quatro suspeitos foram presos por suposto envolvimento com a tentativa de homicídio contra Cristina Kirchner: Fernando Andrés Sabag Montiel, o brasileiro de 35 anos que engatilhou a arma contra a vice-presidente, Brenda Uliarte e Augustina Díaz, além de Gabriel Nicolás Carrizo, líder de um grupo de vendedores de algodão-doce o casal participava, preso na quarta-feira, 14, após um laudo pericial feito no celular dele mostrar conversas com Brenda um dia após o ataque.

A princípio, de acordo com o Clarín, Carrizo foi preso por suspeita de encobrir o ataque à vice-presidente, e não por ter feito parte do planejamento do ataque.

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