ENVIADO ESPECIAL A HIROSHIMA - A poucas quadras do hotel em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está hospedado em Hiroshima manifestantes de esquerda protestam contra a realização do G-7 na cidade japonesa. Bandeiras classificam o encontro multilateral como “imperialista” e pedem o fim das armas nucleares.
A cúpula do G-7 reúne líderes mundiais neste final de semana para discutir a guerra da Ucrânia, o processo inflacionário, as mudanças climáticas e outras pautas internacionais. Lula participa na condição de convidado.
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O protesto circulou as ruas centrais de Hiroshima e foi acompanhado por forte aparato policial. Ninguém conseguiu se aproximar da Praça da Paz, onde os países-membros do G-7 estão reunidos nesta sexta-feira, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Um dos líderes da manifestação, o estudante Daichi Ogi, 25, afirmou que o G-7 é uma conferência a favor de uma guerra nuclear contra a Rússia. “Ucrânia e Rússia são a mesma coisa, um coopera com a Otan e outro com a China. Não tem certo ou errado. O Ocidente precisa tirar as mãos da Ucrânia”, disse à reportagem.
A fala se assemelha a recentes declarações de Lula, a favor de uma postura de neutralidade e que chegou a igualar as responsabilidades no conflito do presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, e da Russia, Vladimir Putin. Com a repercussão negativa, o presidente modulou o discurso e reiterou a condenação do Brasil na ONU à invasão territorial da Ucrânia por Moscou.
O G-7 vai emitir um comunicado em defesa do fim das armas nucleares. A própria escolha de Hiroshima, cidade alvejada por bombas atômicas ao final da Segunda Guerra Mundial, foi pensada pelo aspecto simbólico anti-nuclear.
A preocupação original da segurança japonesa é com a extrema-direita local, também anti-americana. O policiamento em Hiroshima foi reforçado pelo temor de atentados terroristas de direitistas radicais.